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17 de maio de 2023
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Relatos de Experiências e Resumo Expandido

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Os Grupos de Trabalhos foram pensadas para fornecer ao participante as linhas de pesquisas mais importantes e inovadoras da área! Verifique as ementas e escolha a que mais se adequa ao seu trabalho!

É necessária a reflexão sobre os conteúdos sociais do espaço urbano no movimento do processo atual de acumulação capitalista. Esses precisam ser analisados e compreendidos a partir da perspectiva geográfica apontando o papel da produção do urbano na atualidade que se revela, ao mesmo tempo, enquanto estratégia da reprodução do capital em momentos de crise e, dialeticamente, como forma de resistência e sobrevivência dos grupos sociais mais pauperizados. Assim, pensar um modo de fazer a geografia urbana por dentro do pensamento crítico, num momento em que este pensamento se coloca como residual é fundamental. É mais fácil produzir uma geografia que não questiona a produção do espaço como momento produtivo do capital e lugar dos conflitos que iluminam as contradições na qual o capitalismo se realiza, por isso o pensamento teórico é fundamental na compreensão da realidade, pois exige a recusa de um pensamento separado do mundo. Isto é, faz-se necessário um pensamento capaz de desvendar e interpretar as contradições que movem o presente. Nesse sentido a aparente transparência do espaço apresenta-se como um problema. Ela obscurece os conteúdos contraditórios da realidade social e da produção social do espaço. Aqui prevalece o imediato, e, pela indiferença com a teoria, nos faz cair nas armadilhas que transformam, por exemplo, o crescimento econômico em desenvolvimento social. Por isso há a necessidade de se analisar teoricamente e na radicalidade os processos e novos conteúdos da realidade socioespacial. Dentre os temas que podem contribuir para o debate estão: crise urbana, contradições do espaço e lutas na cidade, segregação socioespacial, etnia, gênero e classe na produção do espaço, revalorização de áreas centrais, projetos urbanos, valorização e gentrificação, fragmentação e homogeneização de espaços, produção e obsolescência de infraestruturas urbanas, o papel do Estado na produção do espaço, conflitos e lutas pelo direito à cidade.
 
Coordenador(a):
Glória da Anunciação Alves (USP)
Livia Maschio Fioravanti (IFMT)
Tatiane Marina Pinto de Godoy (UFSJ)
Isabel Aparecida Pinto Alvarez
Danilo Volochko (UFPR)
 
As áreas dos Cerrados constituem-se em espaço econômico/ social heterogêneo com recente ocupação territorial, pautada pela modernização da agricultura; reestruturação produtiva; agro industrialização; expansão dos serviços e intensificação do fenômeno urbano. Segundo Corrêa (1995) os impactos da modernização agrícola dizem respeito, particularmente, à estrutura fundiária, aos sistemas agrícolas, aos produtos cultivados, às relações sociais de produção e à mobilidade demográfica. Todavia, a modernização do campo afetou, sobremaneira, a urbanização, à medida que a partir dela tornou-se possível, nas cidades das regiões agrícolas modernizadas, a adoção de algumas outras inovações, principalmente, aquelas ligadas à prestação de serviços, bem como à informação, à comunicação e ao mundo financeiro. O enfoque regional da urbanização será desenvolvido para definir e diferenciar as formas urbanas atuais da região: o processo, os agentes, as formas espaciais, seus conteúdos socioeconômicos e suas funções. Bem como as vulnerabilidades sócio/espaciais dessa urbanização. Assim, este GT se propõe a discutir o processo de Formação Sócio\espacial e urbanização nas áreas do cerrado brasileiro, considerando-se os fatores políticos, econômicos, sociais e culturais que criaram novas redes e territorialidades no Brasil Central. Os temas poderão ser enfocados considerando os seguintes aspectos já evidenciados no comportamento das redes de cidades dos cerrados: (re) configuração da rede urbana e novas territorialidades; modernização agrícola e urbanização; dinâmicas sócio espaciais; transformações recentes; metrópoles; capitais regionais; pequenas e médias cidades; fragmentação territorial, aspectos intraurbanos ou interurbanos da urbanização e constituição de novos municípios.
 
Coordenador(a):
Fernando Luiz Araujo Sobrinho (UNB)
Josimar dos Reis De Souza (CEFET/MG)
Cintia Neves Godoi
Celene Cunha Monteiro Antunes Barreira (UFG)
João Batista De Deus (UFG)
O GT tem o objetivo de propiciar a troca de experiências e fomentar a discussão dos resultados de investigações concluídas e em desenvolvimento sobre agricultura, desenvolvimento regional e transformações sócio espaciais, com o intuito de debater e refletir sobre processos que exercem influência direta e indireta nas dinâmicas econômica, social e cultural dos espaços rurais. Objetiva também discutir os elementos teóricos e metodológicos das pesquisas em Geografia Agrária, analisando os conceitos e categorias geográficas sobre as temáticas que envolvem o espaço agrário. Avançar teoricamente na perspectiva geográfica a partir da organização espacial, verificando se a noção interdisciplinar de multifuncionalidade e de agricultura familiar pode contribuir nas análises do espaço rural, tendo em vista a gestão do território, em diferentes contextos histórico-espaciais. Analisando as diferentes formas de produção (agrícolas e não agrícolas) no campo brasileiro, principalmente, após a modernização da agricultura brasileira, busca uma caracterização das distintas e singulares organizações espaciais geradas pela agricultura familiar no território nacional. Refletir sobre as políticas públicas, sobretudo aquelas que se direcionam à agricultura familiar, seja em escala nacional, estadual e/ou municipal, e seus efeitos sobre a agricultura e os espaços rurais, buscando garantir a segurança alimentar e nutricional, a melhoria da qualidade de vida dos produtores rurais e novas oportunidades de permanência no campo, constitui-se, na atualidade, num elemento importante para se compreender as diferenciações entre os produtores rurais e a diversidade de estratégias de reprodução socioeconômica presentes no território brasileiro.
 
Coordenador(a):
Rosangela Ap. de Medeiros Hespanhol (UNESP)
Clecio Azevedo da Silva (UFSC)
Giancarla Salamoni (UFPEL)
Darlene Aparecida de Oliveira Ferreira (UNESP)
Antonio Nivaldo Hespanhol (UNESP)
Observa-se, no âmbito da Geografia brasileira, após o ano de 2000, um crescimento dos grupos de pesquisas cujos objetivos tem se dedicado ao estudo do clima em todo o território nacional. Esse crescimento vincula-se a criação de programas de pós-graduação em Geografia e o processo de expansão do ensino superior, principalmente no interior do Brasil. Nas últimas duas décadas assim observou-se o surgimento de novas temáticas e proposições nos estudos da climatologia brasileira, as quais vieram acompanhas da utilização de novas técnicas, metodologias e o uso de equipamentos para aferição de dados e informações. Neste contexto o GT “Análise geográfica do clima” visa fomentar o debate acerca de aportes teóricos, metodológicos e técnicos, tendo como escopo: Estudos teóricos e aplicados em Climatologia Geográfica. A compreensão das relações da interface superfície-atmosfera na gênese do clima e dos tipos de tempo. A articulação das escalas do clima: do local ao global. A Climatologia e as novas tecnologias. O uso de softwares e o desenvolvimento de equipamentos. O clima no contexto das políticas públicas. O clima: o uso e a gestão do território. Variabilidade climática. Vulnerabilidade climática e impactos socioambientais. Eventos climáticos extremos e suas repercussões na sociedade. Clima e ensino. Clima e saúde. Mudanças climáticas e temas contemporâneos.
 
Coordenador(a):
Charlei Aparecido da Silva (UFGD)
Emerson Galvani (USP)
Erika Collischonn (UFPEL)
Natacha Cintia (UFAM)
João Paulo Assis Gobo (UNIR)
A presente proposta deste GT pretende dar continuidade as atividades desenvolvidas nos XIII e XIV ENANPEGE (2019 e 2021) com o tema “Apropriação e conflitos pelo uso da água na América Latina”. Onde a água está entre os elementos e recurso mais demandados, apropriados, usados e disputados em diversas e múltiplas escalas, no mundo e na América Latina. Aportes crescentes por este recurso reforçam a natureza dos problemas geográficos e ambientais emergentes e da disputa conflitiva que as envolvem, vários setores econômicos - cada vez mais globalizados-, e de diferentes segmentos e movimentos da sociedade. Este recurso natural renovável, porém, exaurível, é impactado por ações socioeconômicas que lhe conferem degradação, reduzindo-lhe a higidez utilizável em intervalos de espaço e tempo frequentemente mais curtos. As formas de utilização e apropriação da água, ao contrário do que ocorre com a maioria de outros recursos naturais que desaparecem com o uso, produzem modificações sensíveis em seus aspectos quali-quantitativos, impactando as bacias hidrográficas, seus rios e ecossistemas associados. A América Latina com seus 20 países, e o Brasil, em particular, são drenados por alguns dos principais e maiores sistemas hidrográficos e transfronteriços do mundo (como as bacias dos Rios: Amazonas, Prata e o Orinoco), resguardando os maiores aportes de águas superficiais e hidrogeológicos do planeta (a exemplo dos Aquíferos Guarani e Alter do Chão). Neste contexto, desde o consumo humano e a dessedentação animal, à água como insumo produtivo, até aspectos da geomorfologia fluvial, deve ser tomado como referencial geográfico de análise. Para tanto, se faz necessário destacar os estudos da hidrogeografia e das bacias hidrográficas para o planejamento de ações de gestão das águas e gerenciamento dos recursos hídricos e ao ordenamento e gestão dos territórios, face apropriação e os conflitos pelo uso da água na América Latina.
 
Coordenador(a):
Carlos Alexandre Leão Bordalo (UFPA)
Flávio Rodrigues do Nascimento (UFC)
Wagner Costa Ribeiro (USP)
Flavia Darre Barbosa (USP)
Paulo César Rocha (UNESP)
Reunir pesquisadores que apresentem e debatam desenvolvimentos e resultados de suas investigações no conhecimento geográfico em Biogeografia. Neste sentido, buscar-se-á apresentar experiências de pesquisas nos seguintes temas: Biogeografia e potencialidades paisagístico territoriais; Dinâmica e conservação de paisagens tropicais; Biogeografia e Geografia da conservação. Monitoramento ambiental; Serviços ecossistêmicos; Áreas protegidas e cartografia ambiental; Ecologia da paisagem; Geoecologia da Paisagem em suas aplicações biogeográficas; Biogeografia urbana em abordagens multiescalares; Biogeografia histórica em suas diversas temporalidades como paleobiogeografia e paleoambientes; Teorias biogeográficas e modelos de aplicação em trabalhos de campo e experimentais; Aplicações de ferramentas computacionais na análise biogeográfica e geoecológica; Aplicações de geotecnologias na análise biogeográfica e geoecológica; Zoogeografia; Fitogeografia; Modelagem espacial de habitats e desenhos de conservação. Neste contexto, serão bem-vindos estudos e pesquisas: teórico, teórico-metodológico; investigações; modelagens, experimentos, técnicas e práticas de campo.
 
Coordenador(a):
Orlando Ednei Ferretti (UFSC)
Sueli Angelo Furlan (USP)
Diógenes Costa (UFRN)
Debora Coelho Moura (UFCG)
Karine Bueno Vargas (UFRRJ)
Os estudos relacionados à Cartografia Escolar apresentam uma contribuição significativa por estarem atrelados diretamente aos desafios da escola, seja no processo de ensino-aprendizagem dos alunos como na formação inicial e continuada de professores. Hoje a presença da Cartografia Escolar está, de certa forma, bem fortalecida em propostas curriculares, livros e materiais didáticos, o que indica o alcance dessa temática para além dos espaços acadêmicos. Um dos fatores que pode ter contribuído para isto foi a diversidade temas relacionados à Cartografia Escolar que foram se constituindo ao longo do tempo, revelando a multiplicidade de ideias, como por exemplo a Alfabetização e o Letramento Cartográfico e as Cartografias Digital, Inclusiva, Social e Imaginativa. Além dessas temáticas, temos observado a construção do debate acerca do Pensamento Espacial e do Pensamento Geográfico atrelado aos estudos da linguagem cartográfica. Esses diferentes temas indicam as inúmeras demandas que esta área possui para contribuir no processo de ensino-aprendizagem da Geografia, seja no ensino formal ou não formal. Nesse sentido, este GT busca criar um espaço para possibilitar o contato e a socialização das múltiplas ideias sobre Cartografia Escolar entre pesquisadores com vistas na contribuição da formação inicial e continuada de professores de Geografia; identificar os diferentes temas que são abordados nesta linha de pesquisa; reconhecer e debater sobre os avanços dos estudos da Cartografia Escolar no ensino de Geografia, desde a Educação Básica até o Ensino Superior; e fortalecer esta área de investigação a partir de discussões teórico-metodológicas na perspectiva de indicar novos desafios e percursos para o desenvolvimento científico no campo da Geografia escolar.
 
Coordenador(a):
Denis Richter (UFG)
Paula Cristiane Strina Juliasz (USP)
Ronaldo Goulart Duarte (UERJ)
Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes (UNICENTRO)
Míriam Aparecida Bueno (UFG)
A urbanização orientada pelo desenvolvimento do capitalismo industrial caracterizou-se pelo crescimento do número e do tamanho das cidades, levando à intensificação e mudanças no processo, o que foi expresso pelo papel protagonista exercido pelas metrópoles, no que se refere ao comando econômico e político, e, sobretudo, aos modos de ser, pensar e viver da sociedade. As redefinições pelas quais o modo de produção vem passando nas últimas décadas, constituem um novo momento, o que se reflete e se apoia na própria reestruturação urbana e das cidades. Há uma nova divisão interurbana do trabalho e uma nova divisão social e econômica dos espaços urbanos, o que tem rebatimento nos papéis exercidos por todas as cidades das redes e sistemas urbanos. As cidades médias - aquelas que desempenham funções de intermediação - vêm revelando o escopo de tais mudanças, num período de intensificação das relações internacionais, sob a égide da globalização. Algumas delas ampliam seus papéis, outras perdem posições na hierarquia urbana, várias se articulam não apenas no âmbito das redes as quais pertencem, inclusive na escala internacional. Tendo em vista este quadro, o modo como as articulações entre escalas geográficas efetuam-se, no período atual, requer a ampliação e o aprofundamento da reflexão sobre as relações entre cidades, e entre elas e o campo. É fundamental considerar as especificidades das formações socioeconômicas latino-americanas, particulares no processo geral de desenvolvimento capitalista, tanto quanto, as singularidades das formações socioespaciais que compõem territórios e sociedades periféricas ou dependentes numa economia e sociedade cada vez mais internacionalizadas.
 
Coordenador(a):
William Ribeiro da Silva (UFRJ)
Arthur Magon Whitacker (UNESP)
Maria Jose Martinelli Silva Calixto (UFGD)
Vitor Koiti Miyazaki (UFU)
Juçara Spinelli (UFFS)
O Grupo de Trabalho (GT) submetido pela primeira vez, propõe refletir com a infância, suas pluralidades e vivências, reconhecendo o espaço geográfico como linguagem substancial dos processos de diferenças e interseccionalidades que fazem parte do ser e estar no mundo. Busca colocar em movimento as investigações sobre as produções infantis, dando ênfase às autorias sociais das crianças em suas lógicas como sujeitos produtores de culturas e que corroboram para as transformações sociais, nas muitas relações escalares que fazem parte de suas vidas em sociedades. Estabelece interfaces com o Campo de Estudos da Infância, a Educação e a Geografia, como áreas de produção de conhecimentos, ancoradas na espacialização da vida humana. Com esses pressupostos pretende: - Expressar o debate contemporâneo relativo ao protagonismo e participação infantil na Geografia Escolar; - Registrar ações cotidianas que expressem a presença, a voz e a ação das crianças e suas espacialidades no âmbito da Geografia Escolar; - Investigar e compreender as práticas socioespaciais das crianças, compreendendo como transcriam os conhecimentos que vivenciam pela e nas culturas.
 
Coordenador(a):
Denise Wildner Theves (UFRGS)
Roselane Costella (UFRGS)
Leonardo Pinto dos Santos (UFPA)
Liz Cristiane Dias (UFPEL)
Aline de Lima Rodrigues (UFRGS)
O tema do Desenvolvimento Regional tem se mostrado cada vez mais importante para o entendimento das mudanças nas estruturas produtivas e nas infraestruturas/redes técnicas que estão na base da acumulação capitalista e da reorganização da economia mundial. O estudo do Desenvolvimento Regional permite uma análise crítica das formas de políticas públicas, regulação e investimentos do Estado no território; assim como identificar as principais características da atuação das corporações e seu papel na internacionalização e financeirização da produção. São temas também atinentes à discussão sobre o desenvolvimento regional brasileiro, os embates entre capital x trabalho, os conflitos de interesses envolvidos nestes embates; assim como o papel do Brasil na atual divisão internacional do trabalho. Este GT tem origem na discussão acumulada pelo Grupo de Estudos em Desenvolvimento Regional e Infraestruturas (GEDRI), em funcionamento desde o ano de 2005, junto com o Grupo de Estudos da Dinâmica Econômica (GEDE), desde 2008, e do Núcleo de Pesquisa Espaço e Economia (NuPEE) desde 2008. O GT proposto tem o objetivo de aglutinar 5 eixos principais de pesquisa: 1) Circulação, transportes e logística; 2) Financeirização do território nacional e internacionalização da economia brasileira; 3) Políticas públicas e desenvolvimento regional; 4) Desenvolvimento econômico, política industrial e comércio exterior; 5) Reestruturação produtiva e industrialização. Busca-se, também, a criação de espaços de discussão que permitam a socialização de experiências de pesquisa e a reunião de um acervo qualificado de discussões, cujos desdobramentos podem tanto contribuir para a qualificação dos quadros da pós-graduação em geografia no Brasil assim como se constituem em contribuição ao debate de problemas nacionais contemporâneos.
 
Coordenador(a):
Pierre Alves Costa (UNICENTRO)
Fabio Betioli Contel (USP)
Floriano José Godinho de Oliveira (UERJ)
Lisandra Pereira Lamoso (UFGD)
Márcio Rogério Silveira (UFSC)
O espaço costeiro enquanto zona de interface continental e marinha, proporciona interações entre as diferentes variáveis responsáveis pelas dinâmicas costeira e fluvial. Nestes espaços, convergem as dinâmicas social e econômica, diretamente sobre o uso dos recursos ambientais costeiros e das bacias hidrográficas, que se revelam sob diferentes alterações nos processos e morfologias. O GT busca congregar pesquisadores envolvidos com: análise integrada da paisagem e dos processos dinâmicos atuantes em sistemas fluviais e costeiros. Nestes diferentes contextos ambientais será dada ênfase na: Geomorfologia costeira – processos dinâmicos, morfologias e evolução da paisagem; Bacia hidrográfica – usos múltiplos, gestão da água e conflitos socioambientais; Apropriação dos recursos naturais – diagnóstico e monitoramento na perspectiva da conservação ambiental.
 
Coordenador(a):
Neise Mare de Souza Alves (UFS)
Sérgio Cadena de Vasconcelos (PUCRIO)
Luiz Carlos Araujo dos Santos (UEMA)
André Luiz Carvalho da Silva (UERJ)
Marco Antonio Tomasoni (UFBA)
Uma radiografia do porte dos municípios brasileiros nesta terceira década do século XXI – considerando estimativa populacional do IBGE para 2021 e como objeto a distribuição dos municípios brasileiros por dimensão populacional – revela a importância e a expressividade das cidades pequenas e médias. De um total de 5.570 cidades, 3.770 (68%) têm menos de 20.000 habitantes, 1.120 (20%) têm entre 20.001 a 50.000 habitantes, 354 (6%) têm entre 50.001 a 100.000 habitantes, 277 (5%) têm entre 100.001 a 500.000 habitantes e apenas 50 (1%) têm população acima de 500.000 habitantes. Reconhecemos que esses dados, isoladamente, mascaram a concentração populacional e as densidades urbanas nas cidades médias e grandes. Todavia, não podemos ignorar que os dados informam um fenômeno socioespacial expressivo que não pode ser negligenciado pela ciência e pelas políticas territoriais: o número expressivo de cidades pequenas e médias, dispersas espacialmente pelo território brasileiro. Assim, é imperativo o esforço de apreensão das dinâmicas territoriais (históricas, geográficas, econômicas, sociais e políticas) que entrecruzam esses complexos espaciais, denominados cidades pequenas e médias. Entende-se que as cidades estabelecem relações funcionais, conformando redes urbanas que ativam a mobilidade espacial da população em diferentes escalas, promovendo movimentos pendulares. A ação do Estado e do capital promove a concentração espacial dos bens e serviços, engendrando novos processos (migratórios, concentração populacional e crescimento urbano) que podem conduzir a ampliação das desigualdades socioespaciais. O estudo das pequenas e médias cidades tem empreendendo um esforço para elucidar as novas relações entre a cidade e o campo, o rural e o urbano, caracterizadas pela interação, coexistência e imbricação de conteúdos do rural e do urbano, ou seja, da produção de espaços híbridos que conjugam urbanidades e ruralidades. Considerando essa complexidade, acolhemos trabalhos que tratem da mobilidade, urbanidades, ruralidades e desigualdades socioespaciais que se manifestam nas cidades pequenas e médias.
 
Coordenador(a):
Agripino Souza Coelho Neto (UNEB)
Ana Ivania Alves Fonseca (UNIMONTES)
Jovenildo Cardoso Rodrigues (UFPA)
Antonio Muniz dos Santos Filho (UNEB)
Gil Carlos Silveira Porto (UNIFALMG)
O “direito à cidade”, conceito originalmente elaborado pelo filósofo Henri Lefebvre, foi incorporado na pesquisa geográfica – em particular pela Geografia Urbana – como potência analítica para pensar o mundo contemporâneo e propor-lhe alternativas. Para o autor, trata-se de pensar um caminho revolucionário às condições de opressão e exploração existentes nas cidades capitalistas. Entretanto, diferentes caminhos foram percorridos pelos pesquisadores, políticos, ativistas e organizações no uso do conceito. Alguns foram mais direcionados, considerando o direito à cidade na legislação como estratégia para garantir condições mínimas de vida à população. Outros foram mais filosóficos, elevando o direito à cidade quase à condição de uma metateoria. Seja como for, trata-se de um conceito que já tem uma trajetória geográfica e comparece, portanto, como instrumento de pesquisa, ação e práxis nos mais diversos contextos socioespaciais. Hoje o urbano estabelece-se como escala prioritária de experiência e explicação; portanto, o direito à cidade coloca-se como horizonte de análise teórica e ação política radical. O GT tem como objetivo dar visibilidade ao “direito à cidade” como conceito geográfico, assim como seus desdobramentos em debates sobre: justiça social, espacial e ambiental, cidadania, função social da propriedade, políticas públicas, minorias sociais, entre outros. Receberemos contribuições dos mais diversos campos da Geografia: urbana, política, social, cultural, rural, ambiental etc., São convidadas a submeter propostas as pessoas com contribuições teóricas, metodológicas e de atuação profissional ou comunitária (colaborações, consultorias, ativismos, participação coletiva e associativismo).
 
Coordenador(a):
Igor Catalão (UFFS)
Maria Angélica Magrini (UFU)
Patricia Helena Milani (UFMS)
Andréa Leandra Porto Sales
Aritz Tutor Anton
Os enfoques investigativos sobre a cultura ganham escopo no processo de desenvolvimento da Geografia no Brasil. Tal reconhecimento está ancorado, recentemente, em uma ampliação de temas e fenômenos (música, literatura, teatro, esportes, cinema, religião, patrimônio, festas, sociabilidade, identidade, sexualidade, ruralidade, TICs, geocomunicação, ciberespaço, etc.), nos quais prevalece a dimensão empírica descritiva das tradições. A polissemia da palavra cultura dificulta uma rápida compreensão por parte dos/as geógrafos/as, ainda que amplie as possibilidades analíticas. Este Grupo de Trabalho assume a importância da pluralidade de métodos no debate da cultura em Geografia. Mais que um corte definido por temas, enaltecemos os aspectos mais urgentes da investigação da cultura na qualificação de teorias, na construção do método e de práxis populares alternativas. Consideramos que o modo pelo qual se ativa o potencial dos temas culturais na Geografia ainda carece de mais coerência epistêmica e metódica, seja em relação ao respeito das formas tradicionais, seja em relação ao cuidado com as propostas ecléticas ou híbridas, com a tendência a não pautá-las. Esperamos atrair e debater pesquisas com diferentes matizes teórico-metodológicos, reveladoras da riqueza de temas variados e que contribuam para uma Geografia mais preocupada com a complexidade da existência e das experiências. Um princípio importante deste GT (mas não o único) é o de que a qualificação “cultural” atribuída à pesquisa em Geografia seja capaz de informar e problematizar o uso potencial das categorias e dos conceitos disciplinares, a fim de ir além do senso comum sobre cultura e o traga para uma leitura da realidade complexa de fundamento espacial disciplinar.
 
Coordenador(a):
Everaldo Batista da Costa (UNB)
Rodrigo Ramos Hospodar Felippe Valverde (USP)
Otavio Jose Lemos Costa (UECE)
Neusa de Fátima Mariano (UFSCAR)
Nilo Américo Rodrigues Lima de Almeida (UFPE)
Sujeitos marcados pelas diferenças étnicas e de classe produzem espacialidades distintas que acontecem, em geral, em contextos ambientais diversos. Historicamente participantes da produção social do espaço, esses sujeitos constituem comunidades e localidades tradicionais, conforme sua base cultural, suas cosmologias e sua forma de lidar com a natureza. Como exemplo temos os indígenas, quilombolas, negros, ciganos, pescadores artesanais, migrantes, camponeses, dentre outros segmentos socialmente discriminados e vulneráveis no contexto da formação socioespacial do Brasil e da América Latina como um todo. Esses grupos - frente aos processos modernizadores e frente às ações hegemônicas das empresas, do Estado e das elites dominantes - refletem identidades e espacialidades diferenciadas e desiguais. Contudo, a diferenciação de espaços toma, por vezes, a forma de segregação, produzida a partir da negação de direitos humanos e da natureza (indissociáveis para as culturas locais), configurando cenários de injustiças socioambientais. Em contraposição ocorre a reafirmação de etnoconhecimentos, saberes locais e de regionalismos, que enunciados em pesquisas desvendam resistências e insurgências, mas também adaptações a processos de destruição das heranças culturais (sistemas de práticas, saberes e imaginários socioespaciais), que trazem à tona processos de modernidades múltiplas que dinamizam escalas relacionais espaciais (redes mais ou menos expansivas e conectadas) e temporais (permanências e rupturas históricas). Nesse processo, não raro, políticas públicas focalizadas para a questão preservacionista ou para a questão de liberação aos grandes empreendimentos e/ou ao capital imobiliário para classes media e alta se combinam a outras ditas universais e provocam impactos e disputas de território. A proposta do GT, que se faz presente nos Encontros Nacionais da ANPEGE desde 2011, é a de agregar estudos geográficos, apoiados em levantamentos bibliográficos e documentais e/ou em trabalhos de campo, que façam a intersecção entre as resistências, enfrentamentos e conflitos territoriais, tensões socioambientais, história dos lugares, espacialidades dos sujeitos, assim como estudos que abordem as expressões culturais/espirituais/sociais/ambientais desses grupos.
 
Coordenador(a):
Cristiano Quaresma de Paula (FURG)
Catia Antonia da Silva (UERJ)
Catherine Prost (UFBA)
Guiomar Inez Germani (UFBA)
Kênia Gonçalves Costa (UFT)
A proposta deste grupo de trabalho é congregar pesquisas de distintas perspectivas teórico-metodológicas para reflexão sobre os sentidos dos espaços públicos na cidade contemporânea e suas relações com o processo de produção da cidade e do urbano. O objetivo é estabelecer um canal de diálogo entre pesquisadores que têm realizado esforços para compreender as relações dos espaços públicos com a vida cotidiana e o segmento de mercado, que os incorpora às práticas imobiliárias, valendo-se de discursos e práticas em suas dimensões material e simbólica. Praças, parques, ruas, avenidas, áreas livres, áreas verdes e de lazer, entre outros elementos da paisagem urbana, têm sido cada vez mais objetos de especulações mercantis, confrontando com os interesses da coletividade e ampliando as contradições entre valores de troca e de uso no espaço urbano. A ampliação das ações neoliberais nas cidades tem contribuído para a restrição ou mesmo reafirmação de práticas históricas em relação aos usos e apropriações dos espaços públicos, quer seja pela ação normativa do Estado ou mesmo pelo poder das forças econômicas de mercado, acentuando as contradições entre o público e o privado. Nesta perspectiva, são questões pertinentes a este grupo de trabalho: a) refletir o papel dos agentes produtores do espaço urbano nos processos de reprodução, fragmentação e segregação socioespacial, b) problematizar as formas de produção, apropriação, planejamento e gestão do espaço público, c) compreender os distintos usos e significados dos espaços públicos face às novas lógicas econômicas e espaciais presentes nas cidades, d) destacar as perspectivas de qualidade de vida humana a partir dos usos e apropriações dos espaços públicos, e) problematizar as dimensões ambientais e os discursos e práticas sobre sustentabilidade, f) enfatizar o espaço público enquanto o lugar do lúdico, da festa, da reivindicação, do improviso, da vivência, da convivência, da expressão, representação e sociabilidade urbana.
 
Coordenador(a):
Marcos Antônio Silvestre Gomes (UFF)
Carlos Roberto Loboda (UFU)
Julia Katia Borgneth Petrus (UFMA)
Carlos Alexandre de Bortolo (UNIMONTES)
Silvana Cristina da Silva (UFF)
O GT Extrativismo mineral, políticas territoriais e conflitos se propõe a dar continuidade e aprofundar questões abordadas no GT (Neo)Extrativismo, Mineração e Desastres Sociotécnicos, realizado no ENANPEGE 2021. Assim, convidamos ao debate sobre a produção de territórios extrativos a partir da implementação de redes globais de extração mineral, incluindo os setores de mineração, petróleo e gás natural. Além disso, adotando premissas da Ecologia Política, propomos a discussão sobre o papel de agentes privados, Estado e movimentos sociais e dos conflitos decorrentes dessas relações, a partir da concepção, implementação ou operação de tais projetos e atividades. Mudanças no cenário geopolítico mundial influenciaram as atividades extrativas, que têm apresentado uma relevância crescente como (des)ordenadoras dos territórios. A mineração e a extração de hidrocarbonetos vêm demonstrando considerável centralidade nas mudanças do espaço urbano e rural, alterando as redes de circulação de bens e pessoas em múltiplas escalas. Mais recentemente, a crise envolvendo a mineração ilegal e o Povo Yanomami, bem como a violência ocorrida no vale do Javari, mostraram quão críticos podem ser tais impactos no contexto amazônico e das comunidades tradicionais. Agentes econômicos, sejam grandes corporações, sejam empresas de pequeno e médio porte, são atores chave no jogo político-econômico institucional, influenciando poderes estatais, em diferentes esferas. Assim, estes setores ganham centralidade na gestão territorial e provocam dinâmicas nocivas, decorrentes da produção de um espaço orientado pelo extrativismo. Movimentos sociais e pessoas atingidas, contrários aos modelos adotados por esses setores, vêm lutando pela defesa dos seus territórios e de seus modos de vida. Essas lutas incluem resistências a tais projetos, propostas de alternativas e novas formas de convivência com projetos existentes. A partir do olhar, sobretudo, da Geografia Econômica, Agrária, Urbana, Política, Geohistórica e Regional, esperamos alcançar uma reflexão aprofundada a partir dos estudos e das contribuições aqui recepcionados.
 
Coordenador(a):
Bruno Milanez (UFJF)
Luciana Riça Mourão Borges (UNIR)
Gustavo Soares Iorio (UFJF)
Fabiano de Oliveira Bringel (UEPA)
Lucas Magno (IFSEMG)
A proposta desse Grupo de Trabalho é propiciar o desenvolvimento de discussões teórico-metodológicas e historiográficas acerca das múltiplas e recíprocas relações entre a Geografia, a Filosofia, a teoria do conhecimento científico e as artes – de modo que as perspectivas de abordagem da realidade (sob a forma de paradigmas, teorias, modelos, categorias e conceitos) se permitam examinar a partir de ângulos internalistas (linguísticos e lógico normativos) e externalistas (valorativos e socioculturais). Busca-se contemplar os debates epistemológicos, ontológicos, gnosiológicos, metodológicos, de Sociologia da Ciência e Geografia do Conhecimento, bem como os procedimentos técnicos de pesquisas atinentes seja à Geografia Humana, seja à Geografia Física. Essas discussões podem ser desdobradas em distintos modos de análise, por exemplo: sistemas filosóficos e suas influências nos estudos geográficos (do materialismo ao humanismo); personagens e instituições promotoras do pensamento e da prática geográfica (teoria ator rede); intercâmbios conceituais e metodológicos entre a Geografia e demais ciências; ensaios aproximativos entre a Geografia e as Artes; especulações ontológicas sobre a Natureza e o Espaço; modelagem abstrata e linguagens sistêmicas; fatores conjunturais (político-econômicos) e biográficos na produção científica em Geografia; percepção e representações simbólicas do espaço.
 
Coordenador(a):
Elias Lopes de Lima (UFJF)
Guilherme dos Santos Claudino (UFMS)
Antonio Carlos Vitte (UNICAMP)
Almir Nabozny (UEPG)
Francisco de Assis Gonçalves Junior (UFMT)
A presença do capital a juros (Marx) na agricultura brasileira não é recente. Monbeig, em “Pioneiros e fazendeiros em São Paulo”, a analisou enquanto elemento central da frente pioneira, antes da década de 1930. A Geografia, porém, acompanhou outras áreas do pensamento crítico para apresentar as transformações no papel do capital financeiro (Hilferding) na economia brasileira, a partir de uma inflexão nos anos 1970 que teve importantes consequências para as formas de reprodução da agricultura (Delgado). As formulações de Chesnais acerca das finanças a se apropriarem da “riqueza social”; ou de Harvey, no que concerne aos ciclos de acumulação, crise e ajuste espacial, são referências recorrentes e fundamentais para quem pesquisa a financeirização contemporânea da agricultura mundial e brasileira. Pesquisas recentes, colocam em questão os clássicos e os paradigmas consensuados para proporem outras “entradas” teóricas, visando a apreensão das particularidades dos fenômenos atuais. O presente GT tem como objetivo promover o debate sobre os processos de transformação contemporâneos no campo e os conflitos relacionados à expansão de formas do capital transnacional e financeiro nas cadeias produtivas do agronegócio, o que engloba desde atividades especulativas envolvendo a propriedade da terra que produzem novas rodadas de concentração fundiária e despossessão, a presença de uma agricultura intensiva em capital e tecnologia, passando pelo controle dos circuitos de comercialização mundial e negociação de commodities no mercado financeiro, até as formas de presença do capital fictício na própria produção de mercadorias na agricultura. Soma-se a isso a apropriação de terras e recursos para fins de conservação ambiental e a criação de dispositivos de compensação ambiental que transformam em ativos: biodiversidade, água, informações genômicas etc. Convidamos, aqueles debruçados na temática proposta a submeterem seus resultados de pesquisa neste GT, permitindo a apresentação e cotejamento dos mesmos para traçarmos um quadro multifacetado dos processos apresentados.
 
Coordenador(a):
Marta Marques (USP)
Cássio Arruda Boechat (UFES)
Jose Gilberto de Souza (UNESP)
Alexandre Sabino do Nascimento (UFPB)
Fábio Teixeira Pitta (USP)
Análise das distintas relações e articulações entre a formação docente em Geografia e a Geografia Escolar, assim como a inter-relação entre o ensino de Geografia e a utilização do livro didático, no âmbito da Educação Básica. Discussão acerca dos Projetos pedagógicos nos cursos de licenciatura em Geografia e suas implicações na formação inicial docente. Análise da formação de professores a partir de referenciais teóricos afins, concepções curriculares contemporâneas e a legislação brasileira destinada a esse processo, em especial a BNCC e as novas orientações ao Ensino Médio. A importância e os desafios do estágio supervisionado para a formação inicial, comprometida com os anseios da docência na contemporaneidade. A prática profissional dos professores de Geografia da educação básica e os novos desafios dessa profissão. O livro didático, seu papel no ensino de Geografia e sua prevalência como um dos principais recursos didáticos utilizados no ensino dessa disciplina. A utilização do Livro Didático em tablets, e-books e similares. As novas possibilidades para o ensino de Geografia a partir da utilização de aplicativos e mídias digitais. A formação inicial e continuada em plataformas virtuais: limites e potencialidades, continuidades e rupturas. Formação continuada e sua relação com as demandas do mercado de trabalho e o desenvolvimento do conhecimento científico.
 
Coordenador(a):
Raimundo Lenilde de Araujo (UFPI)
Maria Francineila Pinheiro dos Santos (UFAL)
Cristina Maria Costa Leite (UNB)
Marcileia Oliveira Bispo - Srta (UFT)
Clézio dos Santos (UFRRJ)
O presente Grupo de Trabalho vem se realizando à diversas edições do ENANPEGE, se consolidando como um espaço de debate de temas de dinâmica regional dos setores produtivos, especialmente indústria e agroindústria, e de conjuntura econômica nacional. A dinâmica econômica nacional e regional passou por inúmeras transformações nas últimas décadas, com a crescente inserção do Brasil no mercado mundial. Desde o final do século XX se acelerou a reestruturação espacial das atividades industriais no mundo, com a consolidação de novas regiões industriais, especialmente do Leste Asiático com a China na liderança, e perda de importância de regiões tradicionais, especialmente a Europa e a América. No entanto, os impactos e consequências variaram muito entre os países, devido a vários fatores com fortes diferenças como o grau de desenvolvimento da estrutura industrial; nível de renda e desigualdade da sociedade; papel do Estado e política econômica; investimentos acumulados entre outros. O debate apresentava uma certa euforia com as novas tecnologias e com a capacidade da Europa Ocidental e dos Estados Unidos de manterem o protagonismo, ampliando o setor de serviços e relocalizando as atividades menos qualificadas para países com mão de obra mais barata. A partir da crise de 2008 com suas inúmeras consequências negativas de endividamento, déficits comerciais e alto desemprego, passou-se a falar do processo como algo negativo ao futuro das economias nacionais. No Brasil vem ocorrendo distintos processos regionais e setoriais de reestruturação produtiva, crise, surgimento de novas regiões industriais, desestruturação de regiões tradicionais, entre inúmeros outros, que vem originando diferentes estudos de geógrafos buscando analisa-los.
 
Coordenador(a):
Marlon Medeiros (UNIOESTE)
Carlos José Espindola (UFSC)
Fernando Rodrigo Farias (UFMS)
Fernando dos Santos Sampaio (UNIOESTE)
José Messias Bastos (UFSC)
É legitimo o questionamento de quais tem sido os lugares das lutas na América Latina e Caribe, e particularmente no Brasil, sobretudo porque há um vigente projeto colonialista que paira sobre o nosso continente. Todavia, há tempos, as mulheres denunciam que existem lutas dentro das lutas. Gênero como dispositivo de análise traz clarividências de hierarquias sociais entre homens e mulheres, estas últimas como subalternas e oprimidas por, também quem nos ladeia nas lutas, evidenciando que o lugar, essa categoria de análise tão cara a Geografia, requer de nós um olhar mais atento, quiçá feminista, para além do que é definido para o feminino e sobre o que é limitado como feminino. Ademais, o acesso à terra é um debate territorial sumariamente masculino ainda. Como latinas, caribenhas e forçosamente migrantes, isto é, como pessoas majoritariamente não brancas o entrelace de gênero, classe e raça faz com que mulheres negras e indígenas sejam as mais brutalmente violadas, assim como as mais susceptíveis à hipersexualização na indústria global do sexo. É necessário transgredir de uma Geografia do Gênero à uma Geografia Feminista para que a exclusividade de gênero não seja endereçada as mulheres no que toca a interseccionalidade, e aos homens no tocante o acesso ao poder. Diante do exposto, tem-se por objetivo geral mapear e analisar os movimentos, organizações, resistências e lutas que tenham como cerne mulheres latino-americanas e caribenhas, bem como os estudos-trabalhos que elaboram uma geografia feminista, do gênero e crítica no sentido de evidenciar as mulheres como sujeitos sociais das lutas e da construção da América Latina e Caribe, tomando por crivo o Brasil. Assim, nos interessa debater as mulheres como sujeitos, a teoria e geografia feministas e o gênero como dispositivo de análise geográfica, bem como todas as interseccionalidade que incidem sobre as mulheres (raça, classe, idade, etc.)
 
Coordenador(a):
Gleys Ially Ramos (UFT)
Patrícia Rocha Chaves (UNIFAP)
Jorgeanny de Fátima Rodrigues Moreira (UFT)
Carmem Lucia Costa (UFG)
Paula Vanessa de Faria Lindo (UFFS)
Este GT tem como objetivo discutir a constituição e a expansão da apropriação privada capitalista das terras no Brasil. Entende-se que esse processo fundamenta a desigualdade no campo, a concentração de riquezas e de terra e traz à tona os conflitos fundiários e suas resistências. É na passagem da dominação privada do bem público e coletivo e sua transformação em propriedade privada capitalista que a terra ganha os conteúdos da mercantilização e da privatização. Destaca-se nesse processo as diferentes formas de violência desde a tomada das terras públicas e expulsão de camponeses, indígenas, quilombolas, posseiros e outros sujeitos sociais, como a grilagem de terras. Compreendida como um processo que ganha diferentes conteúdos ao longo da história e que estrutura a formação territorial brasileira. Pois, deixa de ser apenas a burla pelo papel envelhecido artesanal ou a infração/crime/desvio jurídico e propositalmente para também se tornar ações práticas de apropriação privada e dominação da terra como forma per se de concentração de renda, (como domínio da riqueza e de produção de capital), patrimônio (como expressão da escorchante concentração fundiária) e poder (como base para a capilarização política). Por esse viés, grileiros convertem-se em proprietários privados de terras (ou seja, trata-se de um processo simultâneo de formação de classe) incutido as marcas (fundamento) na própria constituição do Estado brasileiro nos diferentes poderes (executivo, legislativo e judiciário), na aliança de classe (terra e capital) e nas distintas escalas (local, regional e nacional). A violenta consequência do processo geopolítico (econômico, social e político) da grilagem permeia imediatamente (ou de forma primaz) a questão agrária no Brasil. Assim, propomos analisar e dialogar sobre essas questões.
 
Coordenador(a):
Camila Salles de Faria (UFMT)
Ariovaldo Umbelino de Oliveira (USP)
Sinthia Cristina Batista (UFRGS)
Tiago Maiká Müller Schwade (UFAM)
Gustavo Francisco Teixeira Prieto (UNIFESP)
Este GT constitui um espaço de interlocução de pesquisadores com diferentes interesses na temática associada a Geografia Costeira e Marinha, em que se busca discutir conceitos, métodos, fenômenos, processos e dinâmicas a partir de uma abordagem holística das dimensões física, social e ecológica. Concordando com Muehe (2020), em seu capítulo “A posição da Geografia nas ciências marinhas” este GT possui uma abordagem que busca a integração dos saberes para formação desse importante ramo da ciência geográfica. Essa publicação integra do livro “Geografia marinha: oceanos e costas na perspectiva de geógrafos”, organizado pelos professores Dieter Muehe, Flavia Moraes Lins-de-Barros, Lidriana de Souza Pinheiro e publicado em 2020 (Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1kC53ZLBkJbR1HDJc0LyTdFBgNUYH7NCZ/view). A publicação tendo sido um dos frutos dos debates iniciados nesse GT da ANPEGE. A partir disso esse GT se propõe a discutir temas como: a) erosão, proteção e gestão de ambientes costeiros e marinhos; b) vulnerabilidade e riscos costeiros face a ocupação e as mudanças climáticas; c) conflito de uso dos recursos costeiros e marinhos d) morfodinâmica de ambientes costeiros e marinhos; e) ressacas do mar, erosão e inundação marinha; f) métodos e técnicas de detecção da variação da linha de costa; g) aspectos físicos do espaço costeiro e marinho, com ênfase aos processos aerodinâmicos, hidrodinâmicos e geoestruturais; h) planejamento costeiro e marinho; i) os impactos costeiros e marinhos; j) mapeamento de paisagens marinhas, Geohabitats, reservas biológicas e áreas de proteção ambiental; k) geomorfologia submarina; l) processos morfossedimentares costeiros; m) uso e ocupação das áreas costeiras e marinhas e potenciais alterações na sua dinâmica; n) regionalização costeira e oceânica; p) SIG aplicado aos estudos costeiros e marinhos. Os temas norteiam e estruturam o GT, porém outras ramificações podem surgir a fim de agregar conhecimento e ampliar o desenvolvimento do tema central da proposta.
 
Coordenador(a):
Davis Pereira de Paula (UECE)
Lidriana de Souza Pinheiro (UFC)
Eduardo Bulhoes (UFF)
Flavia Moraes Lins de Barros (UFPI)
Miguel da Guia Albuquerque (IFRS)
Nesse contexto de transição após uma pandemia que se alastrou sobre o Brasil e o mundo, mais efetivamente nos anos de 2020 e 2021, as relações socioculturais se tornaram mais desafiadoras para a produção de conhecimentos na Geografia, especialmente na Geografia Cultural e seu vasto campo de abordagens ligadas às categorias de análise espacial (espaço, lugar, paisagem, território), principalmente na complexidade dos fazeres geográficos de pesquisadores e pesquisadoras. Diante de tantos desafios, os estudos e produções do conhecimento geográfico geraram as maiores e mais intricadas possibilidades sobre o mundo vivido e a diversidade cultural manifestada em diferentes contextos geográficos, exigindo repensares e ações sobre tais geografias que englobam, sobretudo, os saberes e fazeres dos povos originários e tradicionais. Fatores que induzem a questionamentos sobre nossas relações com o “Outro”, e deste conosco. Ver, sentir e agir sobre tais relações enquanto sujeitos sociais que formam parte da nossa existência nos mais diversos e profundos espaços geográficos e territoriais de vivências materiais e imateriais, são a mola propulsora das perspectivas que envolvem as geografias culturais. Tudo vem se desdobrando para o papel do “Outro”, demonstrando esse “Outro” como fundamental na produção social dos espaços que (re)construímos, (re)agimos e sentimos as relações socioambientais e socioculturais. Buscamos nesse GT, reunir pesquisadores e pesquisadoras com seus trabalhos e ideias para a troca de experiências significativas frente aos desafios teóricos e metodológicos postos para a produção do conhecimento na Geografia Cultural. Aceitaremos temas que discutam abordagens, tais como: pluralismos identitários em diferentes contextos geográficos, lugar(es), representações, símbolos, processos migratórios, festas populares, festejos, religiões na sua diversidade, com especial ênfase nas manifestações religiosas de matrizes africanas, de coletivos etnográficos da floresta e de povos tradicionais; povos originários, bem-viver, lógicas de cooperação e alternativas não-mercadológicas da relação com a natureza, (com)vivências, percepções e sentimentos, espaços públicos, saberes e conhecimentos tradicionais, modos de vida. Sinalizamos, ainda, para trabalhos que abordem os impactos gerados por dois anos da Covid-19 e seu impacto sobre o mundo vivido dos/das afetados por essa moléstia que impactou milhões de vidas que na luta e resistência contra a “peste”, usaram dos saberes e fazeres do viver das populações, sejam tradicionais ou originárias. Amplia-se, assim, o leque de pesquisas com abordagens na Geografia Emocional, Geografia da Esperança ou na Geografia Espiritual ao tratarem de estudos das relações do ser humano consigo e com a natureza e, portanto, promotoras de mudanças, constituintes de bem viver que contribuem para o entendimento das múltiplas possibilidades das geografias socioculturais.
 
Coordenador(a):
Maria Augusta Mundim Vargas (UFS)
Josué Da Costa Silva (UNIR)
Janio Roque Barros de Castro (UNEB)
Nilson Cesar Fraga (UEL)
Maria Cristina Borges Silva (UFRJ)
A população tem sido objeto de estudos sob diversas perspectivas na Geografia, na medida em que envolve estudos de temáticas geográficas com diferentes abordagens teórico-metodológicas. Não obstante, especialmente nas últimas décadas, o campo Geografia da população tem sido pouco debatido pela comunidade acadêmica brasileira, ainda que no cenário internacional manteve sua relevância. O conhecimento produzido tem permitido verificar a necessidade de retomar a reflexão, sobretudo pelas dinâmicas populacionais aceleradas resultantes de instabilidades globais que se materializam nos diferentes territórios e evidenciam processos que são experienciados tanto pela população local quanto por aqueles que realizam fluxos migratórios ou deslocamentos, regulares ou sazonais, derivados de diversos fatores causais. Diante do exposto, o presente GT tem como objetivo construir um espaço de debate com o propósito de aglutinar diferentes interpretações das dinâmicas populacionais, bem como discutir possibilidades de intervenção que permitam contribuir para a melhoria das condições de vida da população. Nesse sentido, trabalhos que abordem temáticas vinculadas ao perfil demográfico; mobilidades espaciais e migração; composição e estrutura populacional, dinâmicas sociais e espaciais das famílias; grupos sociais específicos, como a população LGBTQIA+ , comunidades tradicionais, povos originários, segmentos e grupos populacionais em situação de vulnerabilidade e marginalidade etc. Por fim, propostas sobre o ensino de Geografia da população na educação básica e no ensino superior são temáticas de interesse deste Grupo de Trabalho.
 
Coordenador(a):
Ednelson Mariano Dota (UFES)
Denise Cristina Bomtempo (UECE)
Najla da Silva Mehanna (UNIOESTE)
Carlos Fernando Ferreira Lobo (UFMG)
Igor Martins Medeiros Robaina (UFES)
GT, criado em 2017, com o objetivo de reunir conhecimentos geográficos sobre os impactos gerados por hidrelétricas na Amazônia. Em 2021, considerou-se necessário ampliar o debate para outras fontes geradores de energia em expansão no Brasil. Estabelecendo o objetivo de compreender a racionalidade em decorrência do sistema de geração-transmissão- distribuição de amplitude continental. O Sistema Interligado Nacional – SIN e o Operador Nacional do Sistema – ONS agem no estabelecimento da exploração de potenciais naturais em cada região, articulando, no território, uma estratégia de gestão e de controle. Argumentando a demanda por energia, este sistema induz novas dinâmicas espaciais, com alterações e danos ambientais, acirrando desigualdades regionais e expropriações sociais. As intervenções das obras de infraestrutura para geração de energia reorganizam o espaço, provocando impactos nos modos de vidas das populações tradicionais/locais e mudanças na paisagem, gerando estranhamento entre os diversos interesses sobre o uso do território, com a sobreposição de grupos econômicos exógenos em relação as dinâmicas locais. Deste modo, a Geografia das Energias estuda os sistemas energéticos que englobam aspectos técnicos, sociais, ambientais e políticos referentes à exploração de fontes de combustíveis fósseis e renováveis. Nesse sentido, as abordagens geográficas da energia devem pressupor análises multidisciplinares, com a premissa que a energia está no cerne dos desafios globais: as mudanças climáticas e a equidade socioeconômica. Por isso, provocam inúmeras questões, dentre elas: Quais os interesses políticos e econômicos estabelecidos com as instalações dos sistemas energéticos? Quais as alterações nas dinâmicas locais e regionais causadas pelos empreendimentos energéticos? Quais os danos ambientais e sociais advindas da instalação dos empreendimentos energéticos? Portanto, julga-se necessário, no âmbito do ENANPEGE, agregar pesquisas que discutam sobre: fonte, geração, distribuição e consumo da energia, em todas as escalas, e nas cinco regiões do país, assim corroborando para consolidação da Geografia das Energias no Brasil.
 
Coordenador(a):
José Antonio Herrera (UFPA)
Maria Madalena de Aguiar Cavalcante (UNIR)
Adryane Gorayeb (UFC)
Marcos Mascarenhas Barbosa Rodrigues (UNIFESSPA)
Christian Brannstrom
“O que, do clima, interessa à Geografia?” Foi na esteira de iniciativas de cunho crítico na abordagem do clima como fenômeno geográfico que, no ano de 2001, tal pergunta acabou por se constituir como ponto de partida para a fundação da Geografia do Clima. Passados 22 anos, o contexto de emergência(s) climática(s) tem se imposto. Ele não somente demonstra que as desigualdades socioespaciais tendem a agravar os impactos cotidianos do tempo e do clima, como também provoca reflexões que igualmente impõem atuações efetivas quanto a necessidade da construção de outros modos de vida frente às mudanças climáticas. A atualidade de uma Geografia do Clima reside na sua capacidade de, a partir da produção do espaço geográfico, evidenciar as contradições existentes nos processos de apropriação, utilização e reprodução da natureza do clima. Utilizando tais premissas como base, este grupo de trabalho se propõe a fomentar discussões críticas na Climatologia e na Geografia a partir de eixos como: a) Fundamentos ontológicos, epistemológicos e metodológicos da Geografia do Clima; b) Geografia do clima e os processos de educação geográfica; c) Climatologia Urbana Crítica; d) Planejamento urbano, qualidade ambiental, consequencias humanas e ecológicas; e) Riscos climáticos: excepcionalidades, vulnerabilidade e racismo ambiental; f) Processos climáticos (ritmo, variabilidade e mudança) e as formas de reprodução da natureza; g) Capitalismo climático: desenvolvimento, crises, emergências e justiça. Esse Grupo de Trabalho tem como objetivo final a consolidação da rede de pesquisa em Geografia do Clima, no contexto de uma articulação de base com a história da Geografia Física Crítica brasileira.
 
Coordenador(a):
Lindberg Nascimento Júnior (UFSC)
Nubia Beray Armond (UFRJ)
Paulo Cesar Zangalli Junior (UFBA)
Karime Pechutti Fante (UNESP)
Camila Riboli Rampazzo (UFGD)
O propósito do presente GT é contribuir para promover e sistematizar o debate acadêmico no campo da Geografia brasileira sobre a relação entre inovação, conhecimento e território, em diálogo com outros campos disciplinares. A Geografia do Conhecimento e da Inovação tem ganhado destaque no debate acadêmico e político recente, devido ao reconhecimento de sua importância para autonomia e desenvolvimento dos povos e à crescente influência de tecnologias disruptivas introduzidas pela revolução digital na vida social, exigindo enfrentamento de temas como o papel da proximidade geográfica no intercâmbio e compartilhamento do conhecimento; importância do ensino superior na promoção do conhecimento (científico e tradicional) como fatores essenciais para o desenvolvimento nacional e regional; construção de estratégias de autodeterminação de grupos sociais territorializados baseadas em Ciência, Tecnologia e Inovação; efeitos da inovação tecnológica na distribuição territorial das atividades econômicas; papel do Estado nos conflitos territoriais em torno do uso de recursos e da infraestrutura de conhecimento necessários à produção e difusão de inovações; construção e destruição de estruturas de poder envolvidas nas práticas e políticas de inovação; debate sobre novos conceitos que enfoquem a influência da inovação nos indivíduos, nas relações sociais, nas crises contemporâneas e no território, intensificadas por tecnologias que têm propiciado o chamado capitalismo de vigilância, plataformização e substituição de trabalho humano por algoritmos, destacando-se a inteligência artificial generativa, entre outras. O interesse pela temática cresce à medida que investimentos públicos em CT&I necessários à concorrência empresarial não podem prescindir de localização vantajosa à produção, difusão e absorção de novos conhecimentos, alterando os parâmetros dos desequilíbrios regionais. Este GT é pioneiro na Anpege e dá sequência a iniciativa liderada por seus coordenadores, o Simpósio Internacional de Geografia do Conhecimento e da Inovação, que em 2021 chegou à sua quarta edição, tendo a primeira delas acontecido em 2011.
 
Coordenador(a):
Ana Cristina de Almeida Fernandes (UFPE)
Thiago Adriano Machado (UFRN)
Fernando Campos Mesquita (UFSC)
Janaina Oliveira Pamplona da Costa (UNICAMP)
Fabio Tozi (UFMG)
A criminalidade e a violência fazem parte do rol dos temas mais discutidos da atualidade, configurando-se, já há algumas décadas, em um dos fenômenos que mais preocupam os brasileiros. Em que pese as contribuições de profissionais de outras áreas do conhecimento, em especial da Sociologia, Antropologia, Psicologia e Criminologia sobre o tema, a Geografia tem um importante papel nesta discussão. O Grupo de Trabalho está em sua sétima edição e prioriza, portanto, discussões teóricas e resultados empíricos acerca da distribuição espacial e dinâmica territorial da criminalidade e violência, em suas diversas formas de manifestação, ocorrendo em várias escalas de análise, bem como procura estudar os processos sociais e o espaço enquanto reveladores das configurações socioespaciais que refletem a injustiça social e espacial do crime e da violência. Ênfase deve ser dada ao emprego de importantes categorias de análise geográficas (paisagem, território, região, lugar, etc.) no estudo desta temática.
 
Coordenador(a):
Silas Nogueira de Melo (UEMA)
Clay Anderson Nunes Chagas (UEPA)
Wagner B Batella (UFJF)
Alexandre Magno Alves Diniz (PUC MINAS)
Elisangela Gonçalves Lacerda (UFRR)
Os fundamentos teórico-metodológicos da Geografia do Trabalho; A centralidade da categoria trabalho nas pesquisas em Geografia; A dimensão territorial da crescente fragmentação do trabalho; Análise e crítica da dinâmica geográfica do capital e do trabalho; Expressões laborais e formas específicas de controle social e territorial (subordinação, exploração, dominação e sujeição) do capital sobre o trabalho; A construção de (Re)Existências políticas e organizativas no mundo do trabalho (sindicais, mobilização social, emergência de coletivos plurais, ação e práticas populares); Processos atuais de acumulação do capital no campo e na cidade e suas estratégias territoriais; Crítica à reestruturação produtiva do capital: fragmentação e redefinição intensa das habilitações profissionais/ocupacionais que repercutem na plasticidade do trabalho e nas novas formas de exploração do trabalho; Plataformas digitais, tanto pela via do crowd work (teletrabalho) quanto on demand (uber, delivery`s). Novas formas de controle do trabalho. A formação espacial do Brasil e América Latina exigem do pesquisador preparo e habilidades para situar esse momento histórico ao movimento e contradições impostas pela crise estrutural do capital, que potenciam a superexploração do trabalho e os efeitos nefastos à saúde do trabalhador (física e mental); Os efeitos perversos das contrarreformas constitucionais e do destrutivismo do capital; A questão agrária enquanto referência para a necessidade da reforma agrária no Brasil. O trabalho, uso e apropriação do espaço, da natureza e a destruição ambiental em detrimento do modelo maquínico-químico-dependente, que fundamenta as grandes estruturas monopolista-latifundiárias commoditizadas, em detrimento da agricultura familiar-camponesa; Gênero, raça/etnia e (Re)Existências: estratégias, formas e ações na luta social; (Des)envolvimento e territorialização do capital no campo e na cidade: o agro-minero-hidronegócio, a cultura do veneno, a produção de comida e soberania alimentar; O mundo do trabalho no contexto da Covid-19 e perspectivas para o pós-pandemia; Educação e trabalho; Mobilidade do trabalho e migração nacional e internacional.
 
Coordenador(a):
Marcelo Dornelis Carvalhal (UNESP)
Eduardo Schiavone Cardoso (UFSM)
Maria Franco Garcia (UFPB)
Marcelo Rodrigues Mendonça (UFG)
Atamis Antonio Foschiera (UFT)
O GT constitui-se, em espaço de discussão vinculado a resultados de pesquisas concluídas e em andamento, a aportes teóricos e a metodologias e propiciará a troca de experiências com o intuito de refletir sobre as diferentes formas de saber fazer e de apropriação dos recursos territoriais concernentes à produção, circulação e consumo de alimentos. O objetivo do GT é discutir a redução do cultivo de alimentos tradicionais diante do avanço do agronegócio, seus efeitos na erosão da cultura alimentar e na soberania e segurança alimentar nutricional dos agricultores e consumidores; os movimentos contra hegemônicos e as articulações sociais em defesa dos alimentos agroecológicos, e os orgânicos; o fortalecimento da relação campo/cidade; além de também constituir um espaço de discussões do entendimento da alimentação enquanto manifestação cultural identificador de distintos grupos culturais. Outrossim, serão abordadas as alternativas de comercialização dos alimentos pelos grupos familiares urbanos e rurais nos circuitos curtos (feiras, venda direta, mercado digital)como uma estratégia de reprodução social. Diante da abrangência da temática dos alimentos nas diferentes escalas geográficas serão evidenciadas os processos de proteção e valorização dos alimentos relacionadas aos registros como as marcas coletivas, as Indicações Geográficas e a Patrimonialização Cultural, assim como as repercussões desses distintivos para os grupos familiares envolvidos.
 
Coordenador(a):
Sônia de Souza Mendonça Menezes (UFS)
Marcelo Cervo Chelotti (UFSM)
José Antônio Souza de Deus (UFMG)
Alcides dos Santos Caldas (UFBA)
Juliana Cristina Franz (FURG)
A partir dos anos setenta as chamadas geografias feministas foram fundamentais nas transformações teórico-metodológicas da ciência geográfica. Os estudos das questões étnicas e raciais também se agregaram a este processo. O crescimento da perspectiva de gêneros, sexualidades, etnicidades e racialidades no campo científico geográfico foi resultado da necessidade da ciência acompanhar as transformações sociais e econômicas, cujos papéis de gênero e de sexualidades dissidentes e das discriminações e segregações étnicas e raciais passaram a ter centralidade na sociedade contemporânea. A geografia, enquanto uma ciência social incorporou esta abordagem na medida em que compreendeu que os variados grupos sociais desenvolvem espacialidades diferenciadas e que a atenção em torno das relações raciais, étnicas, de gênero e sexualidades ampliam a capacidade compreensiva do espaço. Esse horizonte mundial é igualmente significativo para os movimentos sociais latino-americanos que incluíram debates em torno de temas como o acesso ao território ancestral, à terra rural, à cidade, ao mercado de trabalho, à divisão de riquezas, à justiça ambiental, as instâncias políticas, a mobilidade espacial, entre outros temas. O objetivo deste grupo de trabalho consiste em tratar estas temáticas considerando as assimetrias de gêneros e raciais e as lutas pelos direitos LGBT, negros, indígenas, de mulheres e outros segmentos a partir da perspectiva espacial e interseccional.
 
Coordenador(a):
Joseli Maria Silva (UEPG)
Maria das Graças Silva Nascimento Silva (UNIR)
Anita Loureiro de Oliveira (UFRRJ)
Benhur Pinós da Costa (UFSM)
Marcio Jose Ornat (UEPG)
O conjunto de políticas educacionais sob a égide da Gestão Pública contemporânea no Brasil têm alterado substancialmente a docência, a dinâmica e as práticas escolares nas diferentes regiões do país. Essas políticas têm reverberado nos currículos, nos materiais didáticos, na concepção de ensino e aprendizagem, nas avaliações padronizadas, nos usos do espaço escolar, entre outros aspectos, que afetam diretamente a formação inicial, continuada e o trabalho docente. Reduzida à lógica da reprodução técnica, essas políticas acabam por desadmoestar a educação geográfica e formação docente do reconhecimento das múltiplas espacialidades escolares, seus contextos, seus sujeitos, saberes e práticas. À vista disso, o GT visa reunir professoras(es)- pesquisadoras(es) da escola e da universidade para refletir sobre as diferentes temáticas acerca da geografia e educação, buscando reafirmar a escola enquanto espaço de produção de conhecimento e de disputa sobre a política educacional, além de enfatizar a importância da formação docente e da geografia que se ensina e se pesquisa para além da lógica prescritiva. Em síntese, o que se propõe é um espaço de reflexão coletiva e partilhada que tenha como ponto de partida a escola em sua materialidade complexa e suas espacialidades plurais em sentidos, formas e lutas.
 
Coordenador(a):
Ana Claudia Carvalho Giordani (UFF)
Élida Pasini Tonetto (UFRGSJ)
Marcos de Oliveira Soares (UFSCAR)
Sergio Henrique de Oliveira Teixeira (UNILA)
Eduardo Donizeti Girotto (USP)
 
Este Grupo de Trabalho, criado em 2011 no IX ENANPEGE - Encontro Nacional da Associação de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia, realizado em Goiânia, acompanhou a expansão da abordagem geográfica do patrimônio cultural, assim como o seu amadurecimento, tanto teórico, metodológico, quanto a sua consolidação refletida na expansão dos grupos de pesquisa no país. Desde a sua origem, foi formado por pesquisadores e pesquisadoras com diferentes interesses que convergiam para a reflexão sobre a Geografia e o Patrimônio Cultural, de modo a construir as bases para uma reflexão mais densa sobre o tema e contribuir para a formação de uma rede de pesquisa em Geografia e Patrimônio Cultural. Articulado a partir de Grupos de Pesquisa consolidados em diferentes regiões do país (Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste), o objetivo deste GT é reunir pesquisadores que trabalham com a temática do patrimônio cultural, tomando a Geografia em suas múltiplas perspectivas metodológicas, teóricas e temáticas, contribuindo, assim, para o adensamento epistemológico do campo na Geografia, assim como para a articulação de um trabalho em Rede entre pesquisadores(as) e estudantes de pós-graduação em Geografia. Com essa abordagem geográfica, temos priorizado as relações dos patrimônios com o turismo, com as políticas de imagem das cidades e com as políticas públicas de planejamento territorial nos inúmeros processos de patrimonialização, de modo a revelar a forma como os conceitos de território, paisagem e lugar têm sido abordados e/ou apropriados. Estes temas aglutinadores estruturaram este GT e seguem desenvolvendo-se em novas ramificações na Rede de pesquisadores que se constituiu e, a partir deles, convidamos a todos e todas com pesquisas nesta temática a se juntarem ao Grupo de Trabalho.
 
Coordenador(a):
Rafael Winter Ribeiro (UFRJ)
Maria Tereza Duarte Paes (UNICAMP)
Leonardo Civale (UFV)
Maria Goretti da Costa Tavares (UFPA)
Caio Augusto Amorim Maciel (UFPE)
O grupo de trabalho “Geografia e poder: conflitos, resistências e resiliências” tem por objetivo a socialização e a reflexão sobre o processo de construção do conhecimento no âmbito da Geografia e sua vinculação às relações de poder, bem como às resistências territoriais e aos contrapoderes numa perspectiva multiescalar e de base local. Neste sentido, buscar-se-á apresentar as experiências de trabalho efetivadas pelos membros do grupo e pesquisas elaborados por outros autores brasileiros e estrangeiros, bem como sua aproximação no plano teórico e metodológico, destacando-se os sentidos políticos de cada concepção. Na Geografia, o aprofundamento do conhecimento nessa temática tem se dado, em boa parte, pelas investigações desenvolvidas por pesquisadores responsáveis e participantes de grupos de pesquisa, em especial em nível de mestrado e de doutorado. A proposta, então, contemplará: A pluralidade conceitual do poder na Geografia. O território, a territorialidade e as escalas territoriais. As redes, as interações espaciais, os conflitos, os consensos e os agentes envolvidos de modo inter e multiescalar pelas inovações (i)materiais que influenciam a organização do espaço e, portanto, o território e resistências ao processo de globalização do capital. A Geografia no contexto das interconexões que envolvem as relações de poder e contrapoderes – resistências territoriais e resiliência. Pelas justificativas apresentadas propomos a quarta experiência em conjunto desses pesquisadores, para a referida temática, pretendendo-se que seja um diferencial no sentido da leitura geográfica das relações de poder e contrapoderes nas diversas escalas territoriais.
 
Coordenador(a):
Márcia da Silva (UNICENTRO)
Adilar Antonio Cigolini (UFPR)
Eduardo Karol (UERJ)
Francisco Fransualdo de Azevedo (UFRN)
Roberto Mauro da Silva Fernandes
Em um contexto de uma ordem global em mudança, categorias e conceitos da geografia são de suma importância para entender as novas disputas de poder no mundo, as quais são cada vez mais imbuídas de conteúdos geopolíticos, geoeconômicos e político-diplomáticos. Nos últimos anos aprofundaram-se os estudos da Geografia que desenvolvem aproximações com o campo das Relações Internacionais e que estão preocupados com a necessidade de repensar os processos geográficos na escala mundial. Questões recentes como a pandemia de Covid 19, a Guerra da Ucrânia e a crescente confrontação entre EUA e China, afetam de maneiras diferentes aspectos da governança global, provocando tensões no que tange à soberania dos Estados, da gestão das políticas sanitárias, das relações diplomáticas, e do controle da mobilidade internacional. Outros desafios turvam o cenário atual, dentre os quais destacam-se as mudanças climáticas, uma crescente recessão global, disputas tecnológicas, migrações e crescimento da militarização dos Estados e da vida cotidiana. São eventos e situações que modelam visões geopolíticas divergentes e deixam cada vez mais evidente uma crise de legitimidade no sistema internacional. Assim, este GT tem como intenção agregar os estudos a cerca: [a] dos novos papeis do Estado, sua dinâmica hegemônica e territorial, sobretudo no controle ou desregulação de suas fronteiras; [b] das novas práticas geopolíticas de segurança e defesa em um contexto mutante destes conceitos; [c] das questões de comércio internacional e cooperação econômica e técnica no contexto do sistema-mundo-moderno-colonial; [d] das dinâmicas de integração regional em seus múltiplos impactos e perspectivas; [e] da análise de teorias do campo da Relações Internacionais e sua interrelação com a ciência geográfica e teorias da geopolítica e geoeconomia; [f] o papel dos países do chamado Sul Global nessas complexas dinâmicas de cooperação e conflitos, tendo destaque para o papel dos descaminhos da política Externa Brasileira.
 
Coordenador(a):
Andre Santos da Rocha (UFRRJ)
Claudete de Castro Silva Vitte (UNICAMP)
Vinicius Modolo Teixeira (UNEMAT)
Eloi Martins Senhoras (UFRR)
Angelita Matos Souza (UNESP)
Durante o período da COVID-19 a maior crise sanitária da história da humanidade reforçou ainda mais o interesse pelos estudos da geografia da saúde, considerando-se tanto a análise da distribuição espacial de agravos à saúde, quanto o aperfeiçoamento dos sistemas de saúde para dar respostas aos inúmeros desafios gerados pela pandemia. Dentre esses desafios destaca-se a necessidade de renovação da epidemiologia, que busca caracterizar os determinantes sociais e ambientais dos problemas de saúde; a preocupação com o desenvolvimento da promoção de saúde, compreendendo o território como estratégia de ação; e, a necessidade de regionalizar os serviços e ações de saúde, entre outros fatores ligados à história recente da Saúde Coletiva. Por outro lado, a Geografia da Saúde, desde a sua origem, tem sido calcada na evidência dos problemas, permitindo a identificação de lugares e situações de risco, apoiando o planejamento territorial de ações de saúde e o desenvolvimento das atividades de prevenção e promoção de saúde para obterem maior eficácia. Não bastasse isso, um dos compromissos primordiais da Geografia da Saúde no Brasil é contribuir para a consolidação do SUS e a redução das desigualdades sociais. O presente GT visa analisar esses desafios teóricos, metodológicos e práticos.
 
Coordenador(a):
Raul Borges Guimaraes (UNESP)
Rafael de Castro Catão (UFES)
Emerson S. dos Santos (UFMT)
Juliana Ramalho Barros (UFG)
Eduardo Augusto Werneck Ribeiro (IF CATARINENSE)
O entrelaçamento teórico entre geografia econômica e economia política (assim como da ecologia política) promove não somente a atualização e ampliação de debates sobre o mundo do trabalho, a produção de territórios em diferentes escalas, envolvendo, além da produção e da circulação, a distribuição, a troca e o consumo de mercadorias, a utilização da natureza-recurso e a própria localização, impacto e transbordamento de empreendimentos fabris, mas também permite refletir sobre os novos processos de “desenvolvimento” local-regional; as concretudes, imaterialidades e conflitividades do conhecimento, da inovação e da tecnociência; a constituição de redes geográficas, de espoliação e de poder; as relações entre Estado, corporações e diferentes frações do capital; e os processos de metropolização, financeirização e reestruturação econômico-ecológico-espacial. Em meio a esta agenda renovada do campo da geografia econômica (e também da geografia da indústria), nosso foco neste Grupo de Trabalho é aproximar investigadores que desenvolvam pesquisas nos seguintes temas: [1] globalização, financeirização e suas implicações na constituição de cadeias produtivas em diferentes escalaridades; [2] processos de industrialização e de expansão da “modernização” territorial, especialmente nas economias periféricas; [3] neoliberalismos, meio, ecologia política e questões socioambientais; [4] o papel da ciência, da tecnologia, da informação e das redes técnicas no processo de integração e/ou produção de territórios, na criação de novos arranjos espaciais e nos sistemas espoliativos; [5] a produção flexível, as transformações no mundo da fábrica, a inovação e as novas formas de trabalho, acumulação e resistência.
 
Coordenador(a):
Regina Helena Tunes (UERJ)
Cláudio Luiz Zanotelli (UFES)
Denis Castilho (UFG)
Leandro Dias de Oliveira (UFRRJ)
Luciana Buffalo
Ementa Educação e Neoliberalismo: mercantilização, privatização, financeirização, empreendedorismo, meritocracia, tecnicismo, controle ideológico dos conteúdos e práticas docentes. A Base Nacional Comum Curricular, a implementação da Reforma do Ensino Médio nas unidades da federação, a produção de livros didáticos, a contratação e uso das plataformas, softwares e programas educacionais, os cursos de formação (inicial e continuada), planos de ensino entre outros produtos e ações alinhados às políticas curriculares neoliberais. O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD): propostas hegemônicas e resistências. A Pedagogia das Competências, os modelos de ensino, os “especialistas” dos currículos e a alienação do trabalho docente. A relação entre currículo, natureza e trabalho no Neoliberalismo. A Base Nacional Comum para a Formação de Professores e as licenciaturas em Geografia: esvaziamento da densidade filosófica-epistemológica da formação, reducionismo da pluralidade teórico-metodológica da Ciência Geográfica e demais aspectos formativos comprometidos por políticas de regulação e controle de todos os níveis de Ensino (Educação Básica e Superior). Autonomia escolar e Universitária. Indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão. Experiências educativas e curriculares contra hegemônicas: quilombolas, indígenas, camponesas, periféricas, críticas, populares, entre outras. A pauta antirracista, antissexista, anticapitalista, anticapacitista na Geografia Escolar: resistências concretas. As alianças entre a luta política e epistemológica no âmbito da Geografia Escolar e Acadêmica. Conceitos, abordagens e categorias geográficas mobilizadas em contraposição às políticas curriculares neoliberais.
 
Coordenador(a):
Maria Adailza Martins de Albuquerque (UFPB)
Ângela Massumi Katuta (UFPR)
Sandra de Castro de Azevedo (UNIFALMG)
Ana Carolina de Oliveira Marques (UFPB)
Willian Simões (UFFS)
Este Grupo de Trabalho (GT) resulta de interlocuções e de pesquisas empreendidas por um grupo de docentes-pesquisadores organizado desde 2013 no âmbito da Rede Brasileira de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - REBRAGEO. Trata-se de atualizar a diversidade temática da Geografia Política, da Geopolítica e da Gestão do Território, campos que se ampliam e se diversificam vigorosamente nas últimas décadas. Esses campos compreendem temas voltados para a compreensão da expressão espacial de conflitos territoriais, arranjos políticos e suas possibilidades de regulação. São abarcadas negociações e formas de cooperação e recomposições político-territoriais, além de modos de reivindicação que requalificam e redefinem os conteúdos e os formatos dos espaços da política. Isso posto, intentamos reunir pesquisadores interessados em atualizar e discutir instrumentais teórico-metodológicos e recursos empíricos para subsidiar análises em torno das seguintes temáticas: 1) Geografia Política e Geopolítica: dos enfoques clássicos às renovações teóricas contemporâneas; 2) (Geo) Políticas do meio ambiente, gestão dos recursos e sustentabilidades; 3) Localismos, nacionalismos, regionalismos e globalismos; 4) Pacto federativo, desigualdades e políticas públicas; 5) Estratégias de gestão para governanças territoriais multiescalares: dinâmicas horizontais e verticais; 6) Integração regional e novos espaços da cooperação e do conflito internacional; 7) Fronteiras e limites em múltiplas escalas; 8) Manifestações políticas, novos canais e arenas do debate público; 9) Geografia do voto, representação e território; 10) Geografia e direito: espacialidades das normas e exceções; 11) Geografia política e ensino: inovações temáticas, conceituais e metodológicas.
 
Coordenador(a):
Daniel Abreu de Azevedo (UNB)
Gutemberg de Vilhena Silva (UNIFAP)
Maristela Ferrari (UNIOESTE)
Iná Elias de Castro (UFRJ)
Antonio Angelo Martins da Fonseca (UFBA)
A ecologia política é uma abordagem teórica, metodológica e prática que contribui para a produção de análises relativas aos processos de transformação material e simbólica da natureza, considerando o desenvolvimento de relações sociais (relações de poder, contradições, conflitos, disputas, alteridades, diferenças). Desta forma, defende uma perspectiva de utilização racional, menos desigual e mais sensível dos recursos naturais existentes, vislumbrando benefícios equitativos para o ambiente e para a sociedade. A geografia, por se tratar de uma ciência situada na interface da relação sociedade-natureza, e ao dispor de categorias e conceitos analíticos como espaço, território, região, lugar, paisagem e tantos outros, vem a ser um campo científico essencial para auxiliar no entendimento sobre o uso dos recursos existentes, principalmente por reconhecer os diversos espaços e tempos de vida, evidenciando e equalizando relações e desafios ambientais e socioterritoriais. Assim, este GT busca oportunizar e/ou ampliar as discussões sobre a ecologia política em uma perspectiva geográfica, desvelando e/ou denunciando situações territoriais de dominação e apropriação dos ambientes urbano e rural, nas quais ações, intencionalidades e dominações possam estar obscurecidas por interesses de sujeitos sociais hegemônicos possam estar obscurecidos, desconsiderando relações de poder, das contradições, dos conflitos, disputas, alteridades e diferenças como fatores preponderantes no uso, na ocupação e na dominação do espaço geográfico, nos mais diferentes contextos locais, regionais, nacionais e internacionais.
 
Coordenador(a):
Antônio Carlos Ribeiro Araújo Júnior (UFF)
Rodrigo Guimarães de Carvalho (UERN)
Dirce Maria Antunes Suertegaray (UFRGSJ)
Michel de Melo Lima (UNAMA)
Gleice Kelly da Costa Menezes (UNIFESSPA)
O presente Grupo de Trabalho (GT) tem o objetivo de debater e problematizar manifestações culturais, religiosas e populares por meio de suas dimensões espaciais. . Os estudos geográficos dedicados à religião surgem no contexto de desenvolvimento da geografia cultural, sobretudo, no decorrer da década de 1940. Esses campos de estudos passaram por transformações e renovações entre os anos de 1970 e 1980, resultando em outros saberes e discussões ligados às dimensões materiais e simbólicas dos fenômenos abordados, envolvendo novos posicionamentos teórico-metodológicos e uma ampliação dos temas de pesquisa. Importantes geógrafos, nacionais e estrangeiros, compõem a lista de referências de pesquisadores nessa área, tais como: Paul Claval, Zeny Rosendahl, Roberto Lobato Corrêa, Eric Dardel, Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer, entre outros. Nesse sentido, a proposta deste GT, no cerne das pesquisas e estudos de discentes, docentes, geógrafos e geógrafas brasileiros junto à Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia, visa contribuir com a inteligibilidade dessas temáticas de grande relevância no âmbito da ciência geográfica.
 
Coordenador(a):
Zeny Rosendahl (UERJ)
José Arilson Xavier de Souza (UEMA)
Camila Benatti (UEMS)
Bernadete Aparecida Caprioglio de Castro (UNESP)
Rafael Henrique Teixeira da Silva (UNESP)
Diálogo geografia, literatura e arte. O geográfico da vida na paisagem e no texto. Expressões narrativas literogeográficas na produção do espaço. Cognições e aprendizados sobre a formação socioespacial a partir do literário. Processos formativos e compreensão contemporânea da geografia. Leitura espacial, imagens e paisagens desde o simbólico. Topoanálise. Educação geográfica e autoria. O diálogo Geografia e Literatura vem se consolidando e se expressa pela ação de diversos grupos, coletivos e núcleos de pesquisa que têm se dedicando aos desafios interdisciplinares, promovendo investigações e debates que tensionam opções teóricas, metodologias e lançam frescor à produção do conhecimento geográfico contemporâneo. Além disso, a integração geoliterária abre-se como possibilidade promissora e fecunda para a geografia que se ensina, desde a educação básica à universidade. A relação Geografia e literatura como possibilidade de topoanálise das obras, a geograficidade das personagens e do escritor – considerando que a literatura está na zona entre o real e o ficcional, numa relação entre razão e emoção, dimensões que expressam, descrevem e representam paisagens, lugares, territórios, pessoas e cultura. A proposição desse GT visa reunir trabalhos desenvolvidos em diversos programas de Geografia que resultam do empenho de ações individuais precursoras em diversas pós-graduação, bem como o esforço coletivo de trabalhos desenvolvidos em redes de colaboração. A partir do compartilhamento de experiências, espera-se que do intercâmbio vindouro resultante desse encontro, se espalhe e congregue narrativas, desafios conceituais e novos olhares sob a produção do espaço geográfico mediados pelos textos literários. E por que não, que seja permitido que o conteúdo geográfico da vida seja lido e comunicado pela arte.
 
Coordenador(a):
Manoel Martins de Santana Filho (UERJ)
Adriana Carvalho Silva (UFRRJ)
Júlio César Suzuki (USP)
Valéria Cristina Pereira da Silva (UFG)
Amelia Cristina Alves Bezerra (UFF)
Ao considerar o diálogo entre geografia, música e sons, questiona-se o primado do visual na geografia. A consolidação deste importante campo já reúne significativa contribuição teórica, analítica e interpretativa das espacialidades e processos engendrados pela produção, pela difusão, pelo vivido musical e pela compreensão dos imaginários a eles associados. O GT estará estruturado em 3 eixos de diálogo entre geografia e música: 1) Abordagens da Geografia Social: diversidade de tratamentos teóricos relacionados à dimensão espacial dos fatos musicais, que perpassam pelas geografias pós-coloniais, geografias críticas, estudos culturais, estudos urbanos, entre outros; 2) Abordagens da Geografia Humanista voltada à dimensão simbólica, percepções e representações espaciais da música; 3) Abordagens da Geografia Escolar e Comunicacional, relacionadas ao uso da música como recurso metodológico no ensino de geografia e nas práticas educativas de instituições culturais.
 
Coordenador(a):
Alessandro Dozena (UFRN)
Marcos Alberto Torres (UFPR)
Cristiano Nunes Alves (UEMA)
Christian Dennys Monteiro de Oliveira (UFC)
Rodrigo Corrêa Teixeira (PUC MINAS)
A proposta do GT é aglutinar trabalhos, pesquisadores e pesquisas envolvendo a discussão sobre a temática dos povos indígenas no Brasil, sua relação com a questão agrária e sobre como a Geografia vem abordando o tema. A questão agrária é compreendida a partir da centralidade que exerce a propriedade privada da terra e sua estrutura extremamente concentrada no Brasil, com desdobramentos nas questões envolvendo povos originários. Não tem sido tradição na Geografia o estudo, o debate e a inserção nas questões que envolvem povos indígenas. Tal preocupação é recente e vem acompanhada de dificuldades teórico-práticas no tratamento dessas temáticas. Dificuldades de aproximação com povos culturalmente diversos e diferenciados, dificuldades de entendimento analítico no contexto da questão agrária brasileira, tem se traduzido em alguns dos motivos desse atraso teórico-prático da Geografia em relação aos povos originários. A proposição desse Grupo de Trabalho é reunir pesquisadores geógrafos interessados em dialogar, debater e trocar experiências sobre a práxis geográfica brasileira em relação aos povos indígenas.
 
Coordenador(a):
Márcia Yukari Mizusaki (UFGD)
Djoni Roos (UNIOESTE)
Amanda Christinne Nascimento Marques (UFPB)
Salvadora Caceres Alcântara de Lima (UFGD)
Marilda Teles Maracci (UFV)
As sociedades africanas, do Egito antigo àquelas atingidas pelo sistema escravista, têm um lastro espacial e cultural pouco conhecido na sociedade brasileira. O processo diaspórico de povos africanos no mundo foi marcado pela violência colonial; a migração-travessia forçada pelo Atlântico Sul e variados tipos de genocídio, o que gerou nos transmigrados a necessidade de recomeçar na resistência e continuidade histórica mantendo o que podiam de suas memórias, ancestralidades e conhecimentos diversos em lugares distantes e desconhecidos, como destaca Beatriz Nascimento. Pensar em Geografias Negras é um processo de reconhecimento das geo-histórias e questões negras. O caminho iniciado por Milton Santos em Mariane em Preto e Branco sobre o que pensamos de Europa e das cidades do mundo colonizado, mas principalmente de nossa reverência à África; uma geografia do real como escreve Rafael Sanzio, da crítica levantada por Andrelino Campos da dimensão racial nos espaços urbanos e pela conexão de gênero, raça, classe e religiosidade apresentada por Antonia Garcia não pode ser interrompido. Num movimento coletivo, desde 2018, no COPENE, compomos mesas, lives, sessões temáticas, dossiês, coletâneas, cursos e disciplinas em Geografias Negras. Nos passos de nosso compromisso firmado através do Manifesto Geo-grafias Negras, apresentado no ENANPEGE em 2019, damos continuidade à ideia de desenvolvimento e fortalecimento de pesquisas da comunidade geográfica negra, das epistemologias, trajetórias e corporeidades de sujeitas/os individuais e coletivos em suas diferentes espacialidades e territorialidades afrocentradas. Neste sentido, cabe pensar políticas e práticas educacionais comprometidas com a Lei 10.639/2003 que institui a obrigatoriedade desses conteúdos em todos os níveis de ensino como condição essencial em prol de uma sociedade antirracista e a garantia de uma ciência comprometida com essa mudança de status quo. Assim como as Black Geographies e outras redes, também almejamos fortalecer as pesquisas e pautas de enegrecimento da geografia brasileira.
 
Coordenador(a):
Alex Ratts (UFG)
Geny Ferreira Guimarães (UFRRJ)
Rita De Cássia Martins Montezuma (UFF)
Priscila Batista Vasconcelos (UFPE)
Aiala Colares de Oliveira Couto (UEPA)
Normalmente, em nossas reflexões, tratamos a nossa experiência colonial e sua herança como coisa do passado, como algo superado com o fim do colonialismo. No entanto, o fim do colonialismo na América Latina, como relação econômica e política de dominação não significou o fim da colonialidade como relação social, cultural e intelectual (QUIJANO, 2005). A colonialidade é um resíduo irredutível e arraigado na nossa formação socioespacial, manifestando-se das mais variadas maneiras em nossas instituições políticas e acadêmicas, em nossas sociabilidades autoritárias, em nossa memória, linguagem, imaginário social, em nossas subjetividades e, consequentemente, na forma com produzimos conhecimento. Descolonizar o saber, o pensamento e, portanto, a ciência geográfica implica na construção de epistemologias outras que estejam vinculadas às experiências, às dores, aos sofrimentos e as lutas dos grupos e lugares/ territórios que são vítimas do processo colonial (povos indígenas, camponeses, comunidades tradicionais, grupos urbanos periféricos etc ); implica na construção de “epistemologias do sul” (SANTOS, 2010) ou “epistemologias fronteiriças” (MIGNOLO, 2003) que possam ser referências para a construção de outras bibliotecas, “bibliotecas descoloniais”. Descolonizar impõe também o desafio da criação de novas metodologias, bem como de novas formas de linguagens. Não bastam teorias descoloniais, precisamos construir metodologias outras, mais horizontais, que permitam o diálogo entre distintos saberes e matrizes de racionalidades. A descolonização passa por novas práticas de pesquisa, mas também por novas práticas de ensino, pedagogias descoloniais. Esses desafios suscitam alguns questionamentos: Como construir uma pesquisa geográfica em chave descolonial? Quais são as potências e os limites dessa nova orientação epistêmica, metodológica e ético-política? Quem está construindo essas pesquisas? A partir de que territórios, trajetórias, experiências e sujeitos? Este grupo de trabalho pretende reunir esforços teóricos, metodológicos, pedagógicos, bem como, pesquisas empíricas temáticas que apontem na direção da descolonização dos saberes geográficos e no fortalecimento do pensamento crítico.
 
Coordenador(a):
Valter do Carmo Cruz (UFF)
Denilson Araújo de Oliveira (UERJ)
Mônica Cox de Britto Pereia (UFPE)
Jorge Ramón Montenegro Gómez (UFPR)
Juliana Grasieli Bueno Mota (UFGD)
Os conhecimentos vinculados ao estudo das dinâmicas de formação, transformação e apropriação do relevo tem possibilitado a compreensão dos processos naturais e sociais, bem como suas inter-relações, que geram alterações deixando marcas e registros na paisagem que se manifestam em forma de degradações ambientais. Ao conhecer minuciosamente as características físicas, os aspectos socioterritoriais e as dinâmicas geradoras dos impactos ambientais é possível determinar quais são as metodologias e as técnicas adequadas a serem executadas, conforme o nível de alteração do ambiente, para evitar ou solucionar os problemas decorrentes. Importante destacar, que ao abordar as técnicas estamos também nos relacionando aos ambientes de forma integrada, inseparável e dialética, no qual a interação técnica-ambiente pode resultar em processos de degradação do relevo ou rugosidade, que por sua vez “...não podem ser apenas encaradas como heranças físicoterritoriais, mas também como heranças socioterritoriais ou sociogeográficas” (SANTOS, 2006, p. 25). Assim, este GT tem por objetivo reunir pesquisadores que tenham interesse em discutir e apresentar resultados de pesquisas que abordam a temática da “Geomorfologia-Geográfica e Aplicação de Técnicas de Recuperação de Áreas Degradadas”, a fim de compreender as interrelações entre as dinâmicas da sociedade e da natureza, os impactos resultantes, além de apresentar técnicas efetivamente capazes de recuperar áreas degradadas. Além disso, é fundamental debater as diversas experiências de recuperação de áreas degradadas, mostrando as técnicas e os resultados obtidos com as medidas implementadas nos ambientes, possibilitando a troca de conhecimentos e informações entre os participantes. Nesse sentido, propõe-se ampla possibilidade de discussões sob o contexto da Geografia e da Geomorfologia, uma vez que as áreas degradadas abrangem diversos fenômenos, como processos erosivos, enchentes, inundações, alagamentos, movimentos de massa, dentre outros.
 
Coordenador(a):
João Osvaldo Rodrigues Nunes (UNESP)
Caio Augusto Marques dos Santos
Melina Fushimi (UEMA)
Leda Correia Pedro Miyazaki (UFU)
Quésia Duarte da Silva (UEMA)
O Geopatrimônio corresponde ao conjunto dos elementos do meio abiótico (geológicos, geomorfológicos, hidrológicos e pedológicos) e seus sistemas paisagísticos associados que, em função do seu valor científico, educacional, ecológico ou cultural, necessita de estratégias próprias de conservação e divulgação, garantindo sua existência às futuras gerações como uma herança coletiva. O GT de Geopatrimônio e Geoconservação se propõe a ser um espaço de debate e reflexão acerca da contribuição da pesquisa em Geografia não apenas no desenvolvimento de métodos e técnicas de inventariação, interpretação e proteção do Geopatrimônio existente no território brasileiro, como também na análise e proposição de estratégias de uso sustentável deste patrimônio com vistas ao fortalecimento da identidade dos territórios e promoção do desenvolvimento endógeno.
 
Coordenador(a):
Adriano Luis Heck Simon (UFPEL)
Marco Tulio Mendonca Diniz (UFRN)
Sandro Sidnei Vargas de Cristo (UFT)
Adriano Severo Figueiro (UFSM)
Maria Ligia Cassol Pinto (UEPG)
A Cartografia, ao longo de sua história, passou por várias transformações quanto ao nível de concepção, área de abrangência e campo de atuação. A partir do avanço da informática e dos recursos computacionais, a automação nos mapas possibilitou um conjunto de atributos cartográficos inovadores, a exemplo dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG). A inserção das novas Geotecnologias, associadas ao sistema global de redes de computadores, tem, sistematicamente, modificado as formas de criar, estruturar, armazenar, manipular, analisar, distribuir, bem como comunicar e visualizar as diferentes representações espaciais. Dessa forma, o uso de geotecnologias tem ampliado as perspectivas desta área do conhecimento, quer através do uso de dispositivos móveis, como tablets e smartphones, ou dos produtos derivados de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA), da mesma forma em que as diferentes técnicas de mensuração para a análise espacial têm sido utilizadas na produção e análise de indicadores sociais e ambientais. Por isso, urge que se debatam questões teórico-conceituais, metodológicas e operacionais presentes nos estudos geográficos, enfatizando, em particular, o papel das Geotecnologias e de métodos de representação voltados para a análise espacial. Pretende-se, neste eixo de discussão, agregar contribuições científicas compostas por diálogos que envolvam a temática em epígrafe, a partir do viés da: I) cartografia de paisagens na síntese do ambiente; II) cidades, planejamento urbano e ordenamento territorial; III) diferentes métodos de representação espacial; IV) desenvolvimento e aplicação de indicadores socioambientais; V) cartografia das áreas de riscos e vulnerabilidade socioambiental; VI) bacias hidrográficas e Áreas de Proteção Ambiental; VII) zoneamentos ambientais, mapeamentos do uso e cobertura da terra pelas dinâmicas territoriais; VIII) temas diversos tratados na perspectiva urbano-espacial, como violência, pobreza, segregação, economia, demografia, água, áreas verdes, entre outros; IX) geovisualização, WebGis e WebMap na análise da informação espacial e mapeamentos colaborativos.
 
Coordenador(a):
Lindon Fonseca Matias (UNICAMP)
Andrea Aparecida Zacharias (UNESP)
Emanuel Lindemberg Silva Albuquerque (UFPI)
Andréia Medinilha Pancher (UNESP)
Karla Maria Silva de Faria (UFG)
A integração concreta ou virtual dos territórios em escala mundial, seja na forma de um sistema-mundo de Estados e/ou blocos econômicos, seja na forma de territórios-rede globais de grandes corporações transnacionais, acirra a fragmentação do tecido socioespacial, fortalecendo as desigualdades preexistentes e exigindo novas formas de articulação territorial de resistência a partir das singularidades locais/regionais. O peso crescente do capital financeiro especulativo e do endividamento é questionado em função de um novo papel requisitado para as políticas públicas, vinculadas a saúde, educação, mobilidade, acesso à cultura, habitação popular, saneamento básico, entre outras. Buscam-se novas modalidades de organização socioespacial a partir de experiências locais/regionais acumuladas historicamente e que hoje se manifestam coletivamente em busca de uma outra globalização, dita descolonizadora, que acolha a diferença e a pluralidade. Assim, enfoca-se o jogo permanente entre processos globalizadores dos poderes hegemônicos e dinâmicas regionalizadoras de diversas ordens, desde aquelas promovidas no bojo do próprio capitalismo produtor de diversidade (fomentando assim novos nichos de mercado) até aquelas eminentemente disruptivas, que mobilizam diversos grupos sociais em busca de práticas territoriais alternativas para a conformação de outros mundos possíveis.
 
Coordenador(a):
Maria Monica Arroyo (USP)
Edilson Alves Pereira Júnior (UECE)
Ricardo Mendes Antas Jr (USP)
Rogério Haesbaert da Costa (UFF)
Ivaldo Gonçalves de Lima (UFF)
No Brasil, o campo de pesquisas dedicado às histórias das geografias possui também sua história, afirmando-se de maneira inequívoca, nos últimos trinta anos, mediante a organização de eventos e investigações nos quais se consolidou a proposição de diversos caminhos teóricos e metodológicos para a análise do processo de produção, circulação, recepção e apropriação do conhecimento geográfico em variadas escalas. Ao efetuar um contínuo balanço sobre temas, problemas e personagens afeitos à Geografia, quer seja em uma visão dos conhecimentos produzidos em ambientes acadêmicos e escolares, quer seja em uma visão que busca incorporar à história da geografia fontes externas ao campo disciplinar, como formulações literárias, filosóficas, técnicas e científicas que dialogam com esses conhecimentos de alguma forma, evidencia-se, nos últimos anos, a consolidação de diversas redes conectando geógrafas, geógrafos e centros de pesquisa nacionais e internacionais, com destaque para as conexões continuamente feitas pela Rede Brasileira de História da Geografia e Geografia Histórica com as comissões setoriais existentes na União Geográfica Internacional, na Associação de Geógrafos Latino-americanos e na publicação da revista Terra Brasilis. Nesse contexto, incentivando a presença de uma pluralidade de enfoques teórico-metodológicos, o Grupo de Trabalho em História da Geografia visa reunir pesquisadoras e pesquisadores interessados na área e estimular o debate e a troca de experiências entre os participantes. Mesmo reconhecendo a relevância dos trabalhos voltados para a análise da geografia brasileira entre as pesquisas desenvolvidas, o GT não descura dos estudos dedicados à produção e circulação do conhecimento geográfico em diferentes países e contextos, abrigando trabalhos com diferentes enfoques e fontes documentais. Considerando o crescente interesse por tais investigações entre estudantes, professoras e professores, esperamos que os encontros da ANPEGE possam atuar como fóruns privilegiados para se discutir de forma consistente as práticas envolvidas no fazer e no pensar geográficos.
 
Coordenador(a):
Carlo Eugênio Nogueira (UFES)
Ana Cristina da Silva (UFG)
Mariana Lamego (UERJ)
Guilherme da Silva Ribeiro (UFRRJ)
Breno Viotto Pedrosa (UFRGS)
A proposta do Grupo de Trabalho Geografia Histórica é enfatizar a importância das relações entre espaço e tempo, a partir das contribuições de uma Geografia que considere a perspectiva histórica, valorizando além da espacialidade, a temporalidade. Parte-se do entendimento de que a Geografia, que tem como objeto a análise espacial, não pode ser feita unicamente no presente, necessitando considerar o espaço como a “acumulação desigual de tempos”, nas palavras de Milton Santos, rompendo, portanto, com a ditadura do presente nos termos de Mauricio de Abreu. A Geografia Histórica realiza análises espaciais sincrônicas - de períodos específicos do tempo - e diacrônicas - considerando as transformações espaciais através do tempo. Pode-se inclusive, combinar ambas possibilidades. Através da conexão entre tempo e espaço é possível desvendar processos e formas espaciais resultantes da ação social em seu processo de territorialização. As marcas presentes no espaço são pistas que revelam como a análise combinada destas dimensões é frutuosa para elucidar as diversas técnicas sociais que se cristalizam nas formas de habitar, de circular e produzir. A temporalidade da ação constitui a História como uma dimensão da realidade, que adquire materialidade com a aderência ao espaço. A Geografia Histórica, que tem longa tradição nas Geografias de matriz inglesa e francesa, também conta com uma expressiva produção no Brasil. Trabalhos de Geografia que valorizam a dimensão temporal vêm cada mais demonstrando a importância desse enfoque, assinalando o crescimento de um campo de reflexão na disciplina que tem chamado atenção dos pesquisadores da área. Assim, percebe-se a necessidade de congregar pesquisadores em um fórum adequado para debater as perspectivas teóricas e metodológicas que remetam à análise do espaço em tempos pretéritos, tendo em vista a necessidade de conhecer e formalizar novos intercâmbios científicos com os pesquisadores que se devotam as pesquisas no campo de Geografia Histórica.
 
Coordenador(a):
Glauco Bruce Rodrigues (UFF)
Maria Isabel de Jesus Chrysostomo (UFV)
Pedro de Almeida Vasconcelos (UFBA)
Doralice Sátyro Maia (UFPB)
Eneida Maria Souza Mendonça (UFES)
O ensino de Geografia é uma prática social complexa e com diferentes demandas. A efetivação dessa prática tem revelado, de um lado, muitos limites de ordem política, social e também profissional e, de outro lado, tem mostrado muitas potencialidades no sentido de se realizar uma prática de ensino que represente uma efetiva aprendizagem para os alunos. A compreensão mais ampla dos problemas desse ensino, bem como de possibilidades de enfrentamento de seus múltiplos desafios tem indicado a relevância de estudos nessa área. O Grupo de Trabalho em Ensino de Geografia, no âmbito da ANPEGE, tem se constituído nesse sentido em espaço relevante de reflexão sobre o ensino da disciplina, tendo como referência a produção dessa temática na pesquisa e na pós-graduação, considerando a dimensão teórica que sustenta a elaboração dos currículos e a definição dos objetivos de ensino e suas temáticas específicas, notadamente a formação profissional, a teoria e o método, as diferentes linguagens, a cartografia escolar, as tecnologias da informação e comunicação, os diversos contextos e níveis de ensino. O objetivo do grupo é permitir a divulgação dos resultados de pesquisa nessa área e o debate dos fundamentos teóricos e das orientações metodológicas das investigações realizadas nessa linha, permitindo com isso maior aprofundamento nas argumentações e maior qualificação nas próprias investigações.
 
Coordenador(a):
Lana de Souza Cavalcanti (UFG)
Helena Copetti Callai (UNIJUI)
Sonia Maria Vanzella Castelar (USP)
Carolina Machado Rocha Busch Pereira (UFT)
Vanilton Camilo de Souza (UFG)
Ecologia Política e Geografia Ambiental constituem campos extremamente próximos, a despeito de suas particularidades. Enquanto a Ecologia Política vem se afirmando, desde a década de 1970, como um campo interdisciplinar (e, idealmente, também uma práxis emancipatória) cuja ambição é, justamente, “desnaturalizar” e politizar criticamente a problemática ambiental, a Geografia Ambiental, de sua parte, busca a promoção de um diálogo de saberes no interior da Geografia, construindo o objeto de conhecimento de modo a desafiar o fosso epistemológico, teórico e metodológico entre o estudo da natureza e o da sociedade. O GT almeja contribuir para a convergência de esforços de pesquisa (e ativismo) que, na Geografia brasileira, girem em torno de problemas socioecológicos, tais como riscos, vulnerabilidade, contaminação e desastres ambientais, situações de injustiça ambiental, análise crítica da legislação ambiental e seus efeitos, exame de ativismos e conflitos ambientais, exemplos de colaboração entre técnicos/pesquisadores e movimentos sociais, discussão de políticas públicas e seus instrumentos, e assim sucessivamente. Experiências envolvendo análises e desafios político-intelectuais nos mais diversos tipos de contexto/escala espacial, considerando agentes modeladores do espaço e relações de poder envolvidas, são muito bem-vindas, como por exemplo: ? Resistência de populações tradicionais (caiçaras, quilombolas, indígenas, ribeirinhos, faxinalenses etc.) e suas práticas espaciais. ? Situações de racismo ambiental em áreas rurais e urbanas (de pequenas e médias cidades a metrópoles). ? Problemas e gargalos da legislação, do licenciamento, do planejamento e da gestão ambiental e territorial. ? Instrumentalização conservadora de argumentos “ecológicos” com fins de reorganização espacial. ? Dimensão política, econômica e/ou cultural da criação de áreas ambientalmente protegidas e do processo de uso e ocupação do espaço. ? Relações entre segregação residencial e problemas ambientais. ? Quadros de injustiça ambiental e lutas por justiça ambiental. ? Riscos, vulnerabilidade e desastres ambientais.
 
Coordenador(a):
Luciano Zanetti Pessôa Candiotto (UNIOESTE)
Marcelo Lopes de Souza (UFRJ)
Adriana Filgueira Leite (UFF)
Rebeca Steiman (UFRJ)
Márcia Aparecida da Silva Pimentel (UFPA)
Considerando o histórico da inclusão em nosso país, observamos, na letra da lei, que houve avanços, permanências e retrocessos. Entre os documentos legais, podemos destacar a Lei nº 7.853/89 (que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência), a Lei nº 9.394/96 (a de Diretrizes e Bases da Educação), a Lei nº 10.172/2001 (que aprova o Plano Nacional de Educação), a Resolução nº 2 do Conselho Nacional de Educação, de 11 de setembro de 2001, que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica; a Lei 13.005/2014 que aprova o Plano Nacional de Educação e a Lei n° 13.146/2015 que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Saímos de um contexto de segregação ou de isolamento de indivíduos com deficiência para um contexto de inserção destes em ambientes regulares: escolar, de trabalho, de lazer, de convívio, entre outros. Ainda assim, é pertinente a discussão sobre a noção do termo inclusão no contexto escolar. A nossa intenção por meio desse GT é reafirmar a necessidade de avançarmos nestas conquistas no sentido de, não só possibilitar a inserção de alunos com deficiência no contexto escolar regular, mas promover oportunidades de aprendizagem a todos os envolvidos, uma vez que, na escola lidamos com condições e necessidades diversas. A inclusão na educação, respeitando e reconhecendo as diferenças e as diversidades, prima para a necessidade de ter meios e estratégias de ensino que sejam acessíveis a todos, sem distinção ou discriminação. Desta feita, com este GT esperamos acumular discussões teóricas a respeito da inclusão no ensino de Geografia; sobre as políticas nacionais de educação especial e seus marcos legais; as experiências de práticas educacionais inclusivas de Geografia; e a produção de materiais didáticos de Geografia adaptados (táteis, áudio e/ou visuais).
 
Coordenador(a):
Vânia Regina Jorge da Silva (UERJ)
Rosemy da Silva Nascimento (UFSC)
Maurício Rizzatti (UFSM)
Bartira Araújo da Silva Viana (UFPI)
Carina Petsch (UFSM)
Este GT acolhe pesquisas que envolvam a interação/relação universidade e escola implicando a educação geográfica numa perspectiva de formação cidadã, democrática e inclusiva das diversidades. A educação geográfica potencializa-se pelo diálogo com a pesquisa e a extensão na medida em que a formação acadêmica (inicial e continuada) e a atuação docente, são constituídas nesse complexo relacional, entrecruzando a universidade e a escola. Assim, os debates compreendem os processos da educação geográfica a partir de temáticas que consideram dialogar com a realidade dos lugares e do mundo, discutindo alternativas para o enfrentamento dos desafios atuais que envolvem as investigações que sejam contributivas para a educação escolar.
 
Coordenador(a):
Adriana Maria Andreis (UFFS)
Silvia Aparecida de Sousa Fernandes (UNESP)
Carina Copatti (UFES)
Jairo Alberto Romero Huerta
Adolfo da Costa Oliveira Neto (UFPA)
O presente GT tem o propósito de reunir as pesquisas na Geografia que têm tematizado às juventudes, os jovens e as jovens e que, portanto, tem realizado o esforço teórico, empírico e metodológico de construir este tema como de interesse geográfico. Para tanto, os trabalhos com foco nas juventudes, em seus aspectos etários, históricos e culturais devem trazer uma reflexão sobre como a dimensão espacial, na sua qualidade de território, lugar e paisagem, participa das diferentes experiências juvenis, seja no campo, seja na cidade. Experiências densas de espacialidades e que interseccionam no mundo da vida outras tantas dimensões na constituição das diferenças, desigualdades e distinções, como as étnico raciais, de gênero e sexualidade.
 
Coordenador(a):
Mário Pires Simão (UERJ)
Clarice Cassab (UFJF)
Victor Hugo Nedel Oliveira (UFRGSJ)
Nécio Turra Neto (UNESP)
Jorge Luiz Barbosa (UFF)
Este Grupo de Trabalho se constitui por pesquisadores que têm se dedicado a buscar novas perspectivas para a linguagem científica da Geografia na relação/encontro com outras linguagens, sobretudo imagéticas, tais como cinema, fotografia, artes plásticas, cartografia, entre outras. Objetivamos, a partir de pesquisas e trabalhos realizados com as linguagens imagéticas, trocar experiências, aprofundar temas e ampliar a discussão sobre os aportes teóricos, artísticos e filosóficos da ciência geográfica. Do mesmo modo, enfocamos a produção e experimentação em processos de criação/produção de imagens que tratam da espacialidade contemporânea que contribuam para outras possibilidades de produção de sentidos espaciais no âmbito da Geografia e da educação geográfica. Ressalte-se que nosso entendimento de educação em Geografia não se restringe às práticas pedagógicas do componente curricular da educação básica, e sim amplia-se para uma perspectiva mais ampla da educação como geradora de cultura, intercambiada com práticas espaciais. Destaca-se, igualmente, que as linguagens são aqui entendidas não estritamente como elemento de um processo de comunicação, mas como fundamento de um processo de criação, de produção de pensamento sobre o espaço. Neste sentido, um pressuposto coloca-se como basilar: a compreensão de que o trabalho geográfico faz uso de mecanismos simbólicos e linguísticos, bem como imagéticos, imaginativos e estéticos que reverberam em outras sensibilidades e pensamentos espaciais, potencializando outras narrativas geográficas.
 
Coordenador(a):
Flaviana Gasparotti Nunes (UFGD)
Pablo Sebastian Moreira Fernandez (UFRN)
Tânia Seneme do Canto (UNICAMP)
Gisele Girardi (UFES)
Débora Schardosin Ferreira (UERJ)
No mundo contemporâneo, a centralidade e a simultaneidade entre os processos de metropolização regional e financeirização da produção do espaço promovem a atualização e a ampliação das discussões sobre as configurações regionais das redes urbano-metropolitanas (arranjos urbano-regionais, região metropolitana, cidade-região, megarregião), os mecanismos financeiros, que operam especialmente na produção imobiliária (fundos de investimentos imobiliários, créditos de recebíveis imobiliários, incorporadoras com capital aberto na bolsa de valores), as formas de propriedade (multipropriedade, condomínios e loteamentos fechados, condoresorts), o hibridismo das atividades econômicas, como o turismo imobiliário, o crescimento desmedido das cidades planejadas com a difusão de novos produtos imobiliários, e os desdobramentos dessas dinâmicas no planejamento e na gestão urbana e metropolitana. Diante do imperativo dessa agenda renovada de debates na Geografia e em diversas outras ciências sociais e humanas, o sentido fundamental do Grupo de Trabalho Metropolização Regional e Financeirização da Produção do Espaço é pensar as dinâmicas de metropolização, financeirização, urbanização e regionalização, sobretudo na Amazônia e no Nordeste, que apresentam especificidades em relação ao Centro-Sul, contribuindo para novos olhares e perspectivas sobre o Brasil urbano e metropolitano.
 
Coordenador(a):
Marcos Castro de Lima (UFAM)
Kelly Bessa (UFT)
Alexandre Q Pereira (UFC)
Isaque dos Santos Sousa (UEA)
Eudes Leopoldo (UNIFESSPA)
A discussão clássica que aborda as dimensões da metrópole e de sua região metropolitana recompõe-se diante da nova dinâmica espacial, exigindo uma atualização desse debate. O processo de metropolização não se restringe às áreas metropolitanas; e, além do mais, tem uma dimensão cultural. Ou seja, ele vem acompanhado de uma alteração profunda da cultura mercantil, a qual atinge todas as esferas da vida e incide sobre espaços de toda ordem. Assim, é certo afirmar que os hábitos culturais e os valores urbanos próprios da metrópole se difundem para além dela. Nas pequenas e médias cidades, por exemplo, podemos encontrar hábitos culturais e valores que antes eram próprios e exclusivos daqueles que viviam nas metrópoles. A metropolização está ligada à grande intensidade de fluxos de pessoas, mercadorias e capitais, do crescimento das atividades de serviços e de cada vez maior demanda do trabalho imaterial, da concentração de atividades de gestão e administração, da cada vez maior utilização de tecnologias de informação e comunicação, de grande variedade de atividades econômicas com maior concentração de serviços de ordem superior, da exacerbação da associação entre o capital financeiro, promotores imobiliários e da indústria da construção, da produção de um modo de viver e de consumo que se espelha no perfil da metrópole. Explodem mundo afora processos de reestruturação e gentrificação. É nesse sentido que a ANPEGE se constitui um espaço privilegiado para a realização dessa discussão tão cara ao desenvolvimento da ciência geográfica.
 
Coordenador(a):
Alvaro Henrique de Souza Ferreira (PUCRIO)
Olga Lucia Castreghini de Freitas (UFPR)
Sandra Lencioni (USP)
José Borzacchiello da Silva (UFC)
Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior (UFPA)
Com mais de uma década de acúmulo crítico e analítico sobre o campo brasileiro, este grupo de trabalho objetiva desenvolver e aprofundar coletivamente debates sobre elementos estruturais da questão agrária desde a leitura dos movimentos sociais e da reforma agrária no Brasil, América Latina e mundo. Os ataques à Reforma Agrária objetivando sua precarização, retrocesso e paralização reforçam sua imprescindibilidade em um país caracterizado pela concentração e disputa territorial. Do outro lado, os movimentos sociais e socioterritoriais revelam-se como protagonistas de um novo entendimento de classe, de prática decolonial, de organização etc., mas, sobretudo, como os únicos que tem proposto novas formas de produzir espaços e territórios. Comprometidos e comprometidas com a promoção desta agenda analítica crítica, buscaremos debater os respetivos temas: Questão agrária, conflitos e movimentos socioterritoriais; Reforma agrária e assentamentos rurais; Movimento e luta de mulheres camponesas; Teoria dos movimentos sociais no campo; Teoria dos Movimentos Socioterritoriais; Movimentos camponeses e agroecologia; Segurança e soberania alimentar; Conflitos ambientais e lutas pela terra, florestas e pela água; Movimentos sociais na mineração e grandes obras de infraestrutura; Modo de vida camponês e resistências no campo. Criminalização dos movimentos sociais; Movimentos camponeses anti-globalização. Conflitos agrários nas fronteiras.
 
Coordenador(a):
Jose Sobreiro Filho (UNB)
Eraldo da Silva Ramos Filho (UFS)
Janaina Francisca de Souza Campos Vinha (UFTM)
João Cleps Junior (UFU)
Michele Lindner (UFRGSJ)
Este GT propõe discutir as abordagens teórico-metodológicas da geografia agrária, tendo como enfoque a diversidade dos sujeitos que compõem o campo no Brasil. A geografia agrária é constituída por diversas temáticas desenvolvidas por grupos de pesquisa em decorrência da complexidade que é a constituição do campo brasileiro. Desta forma, quando nos propomos a debater as abordagens teórico-metodológicas, também propomos dar visibilidade aos sujeitos do campo brasileiro, especialmente as populações tradicionais, mulheres, jovens, idosos e a população LGBTQIA+, os quais produzem o espaço a partir de dinâmicas especificas, possibilitando a sua permanência e resistência no campo, espaço marcado pelas disputas, pelos conflitos, pela dominação capitalista e patriarcal, em sua relação intrínseca com as questões de gênero e geração. Ainda neste prisma temos a valorização dos saberes, a consciência territorial e o processo de empoderamento nos diferentes contextos do espaço agrário. Assim, o GT é um espaço para apresentar as pesquisas realizadas, conhecer a diversidade do campo brasileiro e discutir as abordagens teórico-metodológicas que têm sido utilizadas para compreender, estudar e atuar às luzes da ciência geográfica: o espaço agrário brasileiro. O campo brasileiro, com a avanço da modernidade tem alterado rapidamente a sua constituição espacial, no entanto essa dinamicidade ocorre ao mesmo passo em que são mantidas as permanências de dominação e exclusão de determinados sujeitos, como os citados anteriormente, gerando uma forma espacial que segrega, subalterna e mutila as pessoas devido a esta organização econômica e social. Destarte, cabe a geografia agrária não apenas compreender as dinâmicas produtivas, mas revelar e contribuir para uma construção espacial equitativa, potencializando as singularidades dos sujeitos considerados minoria.
 
Coordenador(a):
Roselí Alves dos Santos (UNIOESTE)
Ana Rute do Vale (UNIFALMG)
Lúcio Keury Almeida Galdino (UERR)
Larissa Araújo Coutinho de Paula (UESB)
Erika Vanessa Moreira Santos (UFF)
As pesquisas e estudos que versam sobre o clima urbano, através de distintas concepções das relações sociedade natureza, diversificaram-se e ampliaram-se, sobretudo nas últimas três décadas. Tais ampliações e diversificações estão ancoradas em inovações teóricas, metodológicas e técnicas, destacando-se as novas tecnologias que permitiram maior capacidade de registro, análise e interpretação de dados, tanto através de estações ou miniestações meteorológicas de superfície, como também através de inovações em produtos de sensoriamento remoto. Tais inovações permitiram por sua vez, ampliar a compreensão do clima urbano em múltiplas escalas de análise. Nessa perspectiva, no Brasil, assim como em diversos outros países do mundo, estudos sobre o clima urbano multiplicaram-se, e começaram a absorver também realidades ainda pouco estudadas, como as existentes em cidades médias e pequenas. Sendo assim, o GT “Os climas das cidades e as relações sociedade/natureza” tem como objetivo aprofundar o debate sobre teoria, métodos, procedimentos, técnicas e novas tecnologias, sobretudo a partir dos seguintes temas: Escalas de estudo da climatologia urbana. Inovações técnicas e tecnológicas para o estudo do clima urbano. Fenômeno de ilhas de calor e frescor no ambiente urbano. Influência dos espaços verdes no clima da cidade. Variações térmicas e higrométricas e conforto térmico nas cidades. Qualidade do ar nas cidades e saúde. Impactos pluviais nas cidades: inundações, alagamentos, escorregamentos. Clima urbano, risco e vulnerabilidade. Consequência das mudanças climáticas nas cidades. Clima e planejamento urbano. Clima e desigualdades socioambientais urbanas.
 
Coordenador(a):
Margarete Cristiane de Costa Trindade Amorim (UNESP)
Jose Carlos Ugeda Junior (UFMT)
Maria Elisa Zanella (UFC)
Edson Fialho (UFV)
Marcelo de Oliveira Moura (UFPB)
Nas duas últimas décadas, o Brasil experimentou uma expansão geográfica da acumulação e da urbanização. A rede urbana complexificou-se, as regiões metropolitanas e cidades médias multiplicaram-se, surgiram novas aglomerações urbanas, aprofundou-se a divisão social e territorial do trabalho. A especialização e diversificação produtiva em escala regional facultou a formação de regiões produtivas (do agronegócio, de extração mineral, do turismo, dos enclaves industriais e urbanos). Mudaram os fluxos migratórios e verificou-se uma redistribuição espacial da população. Os sinais das mudanças são aparentes em todo país. Nesse contexto sobressai em muitas cidades o caráter precário da urbanização, impulsionada, ainda que parcialmente, por ações do Estado e das corporações através de novas concepções e instrumentos de planejamento e de gestão, com o suporte dos bancos estatais, que criam e recriam o espaço social para atender às demandas da reprodução hegemônica, seja através da implementação de um planejamento em escala regional, seja através de práticas de planejamento urbano, redefinindo os usos do território. Apesar do Estatuto da Cidade e da implementação de práticas alternativas inovadoras, a produção dos espaços hegemônicos da acumulação contempla desigualmente os espaços de produção e as esferas de reprodução social, que se evidencia seja nas condições de vida da população, seja na densidade técnica das infraestruturas e serviços e da presença heterogênea da técnica, da informação e da comunicação. Em termos de práticas, são inúmeros os desafios postos para a efetivação do direito à cidade e para a superação de práticas marcadas pela competitividade, pela desigualdade, pela ineficiência administrativa e por uma crescente degradação ambiental. O debate da relação entre planejamento/gestão e produção do espaço no Brasil demanda um esforço de reflexão da Geografia em relação ao papel e ações do Estado, dos movimentos sociais e das empresas (corporações) na produção e gestão do espaço por meio do planejamento.
 
Coordenador(a):
Adriana Maria Bernardes da Silva (UNICAMP)
Paola Verri de Santana (UFAM)
César Ricardo Simoni Santos (USP)
Ester Limonad (UFF)
Heloisa Soares de Moura Costa (UFMG)
Trabalhar com povos indígenas e comunidades tradicionais nos impõe outra forma de pensar e ver o mundo desconstruindo a visão hegemônica de ciência, de educação e de vida da modernidade ocidental para que possam alcançar a autonomia confrontando os modelos de desenvolvimento e desenvolvimentistas vigentes que desconsideram as particularidades e singularidades desses sujeitos sociais. Esse GT pretende ser um espaço de diálogo, de discussões, de socialização de experiências reunindo geógrafos(as) e grupos de pesquisas que trabalham com povos indígenas e comunidades tradicionais no Brasil, evidenciando uma visão decolonial e contra-hegemônica por meio de epistemologias e metodologias alternativas e não extrativistas, participantes produzidas no sul. Dar visibilidade e protagonismo aos povos indígenas e comunidades tradicionais (quilombolas, ribeirinhos, seringueiros, castanheiros, faxinais, quebradeiras de coco, caiçaras entre outros), seus saberes, formas próprias de organização sociopolítica, cultural e territorial; lutas sociais como resistências aos conflitos ambientais e territoriais como uma práxis geográfica decolonial em defesa de seus direitos territoriais, a vida e ao bem-viver. Abordagens: conflitos territoriais em TI, quilombos e UCs; gestão territorial; conhecimentos, saberes e epistemologias próprias para uso e conservação do território; lutas sociais e resistências para retomada do territórios; afirmação das identidades - etnogênese como direito à terra; políticas públicas, direitos constitucionais à saúde, à educação, à terra e à consulta prévia livre e informada; estudos de identificação e (auto)demarcação de TI, quilombos e UCs; estudos geográficos técnicos que apoiem a autonomia dos povos indígenas e comunidades tradicionais a partir de metodologias não extrativistas.
 
Coordenador(a):
Ivani Ferreira de Faria (UFAM)
Roberta Carvalho Arruzzo (UFRRJ)
Timo Bartholl (UFF)
Raphael Fernando Diniz (UFAM)
Marcelo Argenta Camara (UFRGSJ)
Entender o espaço geográfico, passa necessariamente pela compreensão de quais são os papeis desempenhados pelos movimentos migratórios ao longo do tempo. As análises das migrações internacionais para o trabalho, das redes migratórias e transfronteiriças, dos deslocamentos forçados, das migrações de caráter religioso identitário/raça/etnia e gênero, bem como dos fluxos migratórios internos do Brasil, são questões mais que relevantes na análise da (re)organização dos espaços. Analisar essas questões nos permitem compreender não somente o papel e a importância de políticas migratórias, mas também como se dão as ações dos sujeitos migrantes. Nesse sentido, a proposta do Grupo de Trabalho (GT) ora apresentada, visa aglutinar e construir um debate entre pesquisadores que tratem os processos migratórios como um importante elemento da organização espacial/territorial, bem como também trazer contribuições nos campos teórico, conceitual e metodológico sobre as migrações.
 
Coordenador(a):
Karla Rosário Brumes (UNICENTRO)
Alides Baptista Chimin Junior (UNICENTRO)
Duval Magalhães Fernandes (PUC MINAS)
Gislene Aparecida dos Santos (UFRJ)
Maria de Jesus Morais (UFAC)
A reflexão proposta no GT tem como referências basilares os debates que envolvem campesinato, agroecologia, luta pela terra e reforma agrária. Portanto, um dos pontos de partida desta discussão reside na compreensão de que o caminho da agricultura camponesa, em particular aquela recriada pela reforma agrária, deve ser o da Agroecologia – que representa a síntese de princípios indissociáveis de manutenção da vida. Neste sentido, a agroecologia é entendida como prática/movimento e ciência que envolve princípios epistemológicos e éticos que valorizam a base de nossa existência e das outras espécies integradas ao ambiente. É desta compreensão que se fortalece a luta dos movimentos sociais populares na certeza da necessidade de se avançar no processo de questionamento do monopólio da terra, da monocultura da produção e das mentes via internalização do paradigma agroecológico nas instituições que incidem sobre os rumos da questão agrária, em especial as universidades. Portanto, objetiva-se dialogar sobre as correntes teóricas de interpretação do campo brasileiro como forma de pensar a produção agrária à luz do necessário posicionamento teórico-político ante as políticas públicas para o campo, na atualidade. Como resultado, a proposta visa agregar pesquisadores vinculados à temática da questão agrária no intuito de propor estratégias para o fortalecimento de pesquisas e troca de experiências, em especial voltadas ao entendimento da Reforma Agrária e da Agroecologia como políticas fundamentais de combate à pobreza e a injustiça social num contexto nacional de fortalecimento da agricultura capitalista e, portanto, de permanência e recrudescimento da questão agrária.
 
Coordenador(a):
João E. Fabrini (UNIOESTE)
Elizeu Ribeiro Lira (UFT)
Rosemeire Aparecida de Almeida (UFMS)
Roberto de Souza Santos (UFT)
Sedeval Nardoque (UFMS)
As temáticas ligadas às políticas territoriais, no quadro atual das relações capitalistas, adquirem centralidade seja nas agendas pública e privada, bem como no contexto acadêmico nacional e internacional. O Estado continua sendo o agente central na prescrição da espacialização de tais agendas e a regionalização aparece como marco instrumental para a determinação do seu nível escalar. Esse panorama expressa a importância dos estudos acerca dos conceitos de região, regionalização, território e políticas territoriais, além das diversas formas de resistências empreendidas por sujeitos que disputam e defendem outros projetos territoriais e de existência. O Grupo de Trabalho tem a intenção e o propósito claro de discutir as contradições e avaliar experiências de (des)envolvimento das referidas políticas, seus rebatimentos sociais, econômicos, ambientais e na demografia socioterritorial, em diferentes escalas; bem como os sujeitos e ações que resistem e reafirmam outras territorialidades.
 
Coordenador(a):
Claudio Ubiratan Gonçalves (UFPE)
Celso D Locatel (UFRN)
Josefa de Lisboa Santos (UFS)
Mirlei Fachini Vicente Pereira
Adriano Rodrigues de Oliveira (UFG)
Com a forte internacionalização do modo de produção capitalista, importantes transformações de ordem técnica, política e econômica têm promovido intensa reestruturação produtiva da agropecuária brasileira nas últimas cinco décadas, promovendo a difusão do agronegócio globalizado. Cada vez mais regulado pela economia de mercado, movida por demandas urbanas e industriais voltadas em grande parte à exportação, o agronegócio produz essencialmente commodities, combustíveis renováveis, frutas tropicais e insumos industriais. Outra característica do agronegócio brasileiro é sua apropriação por corporações transnacionais que compõem parte das novas redes de governança global e definem, ao lado das políticas públicas, como e o quê se produz no espaço agrícola, assim como estruturam algumas aglomerações urbanas. Todos esses processos estão na raiz da explicação de transformações nas relações sociais de produção da agropecuária, assim como de complexas dinâmicas territoriais, no campo e nas cidades. Dentre os principais objetivos para debate nesse GT, destacamos: compreender as formas de difusão do agronegócio, considerando seus principais agentes e processos; caracterizar os agentes envolvidos e suas práticas espaciais; desvelar as novas formas de apropriação, expropriação e controle dos recursos naturais pelos agentes hegemônicos do agronegócio; compreender as formas de financeirização da agropecuária; desvelar a especialização territorial produtiva e a formação de novas regionalizações para atender às demandas do agronegócio; estudar as relações campo-cidade que se realizam nessas regiões especializadas; avaliar o incremento da urbanização e da economia urbana nessas regiões, com a formação de cidades especializadas; estudar as novas formas de governança das corporações transnacionais atuantes na produção e na distribuição dos produtos agropecuários; avaliar os impactos ambientais da especialização territorial produtiva. Entendemos que esses debates contribuirão para a compreensão não só da realidade do espaço agrário, mas também de parte das aglomerações urbanas brasileiras, desvelando tendências da urbanização brasileira.
 
Coordenador(a):
Ève Bühler (UFRJ)
Juscelino Eudamidas Bezerra (UNB)
Dimas Moraes Peixinho
Denise Elias (UECE)
Ricardo Castillo (UNICAMP)
A Geografia na construção e produção histórico-social do conhecimento. As matrizes filosóficas nas orientações teórico-metodológicas em geografia. Conceitos e categorias em geografia e suas diversas apropriações. As dimensões teóricas do método. Questões relativas ao método e à construção do conhecimento geográfico acadêmico e escolar. Relação teoria e prática em geografia.
 
Coordenador(a):
Rogata Soares Del Gaudio (UFMG)
Alexandrina Luz Conceicao (UFS)
Paulo Roberto Teixeira de Godoy (UNESP)
Raimundo Jucier Sousa de Assis (UFPI)
Suzane Tosta Souza (UESB)
Desde a segunda metade do século XX, o turismo vem se mostrando uma atividade econômica estratégica para o modo de produção capitalista, quando a atividade compõe a realização da acumulação, enquanto momento da reprodução do espaço, conforme afirma Carlos (2020). As recentes transformações verificadas no âmbito do da economia global (avanço do neoliberalismo e da financeirização da economia, mudanças cada vez mais rápidas na base técnica sobre a qual se assenta a sociedade, desregulamentações de todo tipo, novas formas de precarização do trabalho etc) repercutem diretamente no turismo, seja através das mudanças verificadas nas empresas atuantes no setor, seja na prática vivenciada pelo turista. Assim, o efeito das plataformas P2P, como o AirBnb, tem sido notável e produzido desdobramentos ainda pouco estudados no que concerne à sua relação com o turismo. A ressignificação do patrimônio natural e cultural para uso turístico participa, também, de forma decisiva, da produção do espaço para o turismo e tem demandado o olhar crítico de estudiosos de diferentes áreas, como também na Geografia. Os impactos da pandemia sobre o setor igualmente instigam o debate, que passa pela ressignificação de meios de hospedagem como segundas residências e hotelaria em geral, pelo chamado “turismo de proximidade”, pelo fortalecimento do discurso sobre práticas de turismo na natureza, e de formas de gestão da atividade que se contrapõem à massificação, como o Turismo de Base Comunitária. Dessa forma, o turismo se apresenta, dialeticamente, como produto e produtor de dinâmicas socioterritoriais contemporâneas, sendo objetivo deste GT promover um espaço de debates entre estudantes e pesquisadores interessados em compreender melhor essa complexa trama da qual o turismo tem sido parte importante.
 
Coordenador(a):
Edvaldo Cesar Moretti (UFGD)
Maria Aparecida Pontes da Fonseca (UFRN)
Rita de Cássia Ariza da Cruz (USP)
Bruno Ferreira Campos (UNIOESTE)
Claudia Alejandra Troncoso
A urbanização em função dos lazeres e do turismo produz formas-conteúdos em escala regional e intraurbana. Os (eco)resorts, parques temáticos, as novas arenas esportivas e empreendimentos turístico-imobiliários são indicadores da reprodução do espaço associado a novas formas urbanas e de apropriação dos ambientes. Eventos festivos e esportivos padronizados, práticas marítimas modernas e demais atividades de lazer urbano-metropolitano engendram ambiências e sociabilidades que atribuem novos sentidos à cidade. Mas a dimensão lúdica da vida urbana ultrapassa o vasto leque de serviços ofertado pelo segmento. Abrange o uso, através de práticas autônomas e inventivas, utopias de cidade, táticas e apropriações que circunscrevem iniciativas diversas no vasto campo do possível no devir urbano e da noção de natureza. O conjunto das atividades lúdicas dialoga com a urbanização dispersa, as centralidades, a segregação socioespacial, a espetacularização, a gentrificação, a metropolização do território e os demais impactos socioambientais. Neste sentido, convidamos a pensar os conteúdos socioespaciais desdobrados pela dimensão do lúdico na (re)produção do urbano e na transformação dos ambientes.
 
Coordenador(a):
Alexandre Q Pereira (UFC)
Eustogio Wanderley Correia Dantas (UFC)
Luiza Câmara Beserra Neta
Bertrand Cozic (UFPE)
José Wellington Carvalho Vilar (IFS)
A Geografia é uma ciência interdisciplinar e multidisciplinar que lida com problemas ambientais, sociais e econômicos. No campo profissional, geógrafos(as) frequentemente trabalham em equipes multidisciplinares para realizar diagnósticos e prognósticos, trazendo uma visão integrada do ambiente e da sociedade. As Geotecnologias são ferramentas essenciais para coletar, processar, analisar e representar informações geográficas, o que é fundamental para a produção cartográfica e estudos geográficos. No entanto, a difusão e popularização destas tecnologias, nos últimos anos, não foi acompanhada satisfatoriamente pelos fundamentos da comunicação gráfica ou preceitos do tratamento da informação geográfica, levando o mapa, muitas vezes, ao status de subproduto, de ilustração com a alcunha de “mapinha” que o dissocia da compreensão do espaço ou do fenômeno em estudo. De forma semelhante, essas ferramentas ainda são subutilizadas nos processos educacionais, mesmo apresentando grande potencial para a construção do pensamento espacial e raciocínio geográfico. Para abordar esse tema, propõe-se o GT "Uso das (Geo)tecnologias na modelagem, representação e análise do espaço: discussão crítica acerca de sua aplicação na pesquisa e no ensino", com a finalidade de problematizar uma discussão acerca do emprego de técnicas e procedimentos associados às geotecnologias e, a partir desta, refletir de forma crítica o seu papel no desenvolvimento de pesquisas e nas práticas de ensino de Geografia, sobretudo na educação básica, na graduação e na pós-graduação. O GT objetiva, ainda, abrir um espaço de diálogo e troca de experiências entre pesquisadores para apresentar novas técnicas, tecnologias e funcionalidades que podem contribuir com o tripé ensino/pesquisa/extensão e com o fortalecimento de programas de pós-graduação, com grande possibilidade de atração de público por se tratar de uma temática em destaque na Geografia.
 
Coordenador(a):
Diego Tarley Ferreira Nascimento (UFG)
Alécio Perini Martins
Natalia Lampert Batista (UFSM)
Silvio Braz de Sousa (UFRN)
Cristiano Marcelo Pereira Souza (UNIMONTES)

XV ENCONTRO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM GEOGRAFIA

GEOGRAFIAS DA ESPERANÇA: Revisitar o Brasil, dialogar com o Mundo